Denis Lincoln Bentos Depetriz foi encontrado nu com o corpo coberto de lama no distrito de Anhanduí.

Jardineiro encontrado morto na lama era trabalhador honesto e filho carinhoso, diz mãe
/ Foto: Reprodução

Abalada com a morte do filho Denis Lincoln Bentos Depetriz, 48 anos, dona Sueli, 64 anos, lembra com carinho do quanto o filho era trabalhador, honesto e carinhoso. O jardineiro foi encontrado morto com o corpo coberto de lama, na manhã deste sábado (12), às margens de um córrego em Anhanduí, distrito de Campo Grande.

Em entrevista a imprensa local, Sueli lembrou com carinho do filho que saiu de Campo Grande para morar com ela no distrito. Segundo ela, Denis era o filho mais velho e muito carinhoso.

"Era um menino trabalhador, guerreiro, sempre fez o possível para viver uma vida digna, honesta, batalhando", lembra. 

 
Denis fazia serviços como jardineiro, pintor e até diária. O filho estava ajudando a mãe a aumentar a casa que conquistou com esforço no distrito.

"Demos hospedagem a um tal de Carlinhos Pica Pau que saiu com meu filho e é suspeito de fazer essa barbaridade", diz a idosa indignada.

A mãe lembra que no dia do crime, ficou em casa fazendo comida enquanto o filho saiu para tomar banho de rio com os amigos e não voltou. Para ela, a versão apresentada pelo suspeito, dizendo que Denis foi morto por policiais do DOF (Departamento de Operações de Fronteira) é apenas uma versão para se livrar do crime.

"Ele fez essa maldade com meu filho, agora não sei se ele tá preso, se tá solto, quero justiça", pediu.

O caso

Segundo o boletim de ocorrência, a vítima relatou que na última quinta-feira (10), Denis e mais dois amigos foram até o córrego para tomar banho após terem consumido bebida alcoólica. Um dos amigos foi para sua casa no final do dia e passados cerca de duas horas de seu retorno, o outro amigo compareceu no imóvel, sujo de lama e dizendo que uma equipe do DOF estava atrás deles e teria matado Denis.

Após a abordagem, o amigo foi até ao córrego na companhia dos agentes da GCM (Guarda Civil Metropolitana), porém naquele momento o corpo de Denis ainda não havia sido localizado e o rapaz acabou liberado.

Já no dia seguinte, familiares da vítima e a equipe da GCM passaram o dia na busca de Denis, que até então estava desaparecido. Na manhã deste sábado (12), equipes da GCM e da Polícia Militar, retornaram ao córrego onde encontraram Denis já sem vida, com o corpo nu e com a cabeça coberta por barro, havendo já com larvas na região genital.

Equipes da Polícia Civil e da Perícia Científica foram acionadas. Assim que o corpo foi encontrado, policiais militares e a GCM fizeram rondas e localizaram em uma residência um dos amigos que estava com Denis no córrego.

O rapaz negou a participação na morte de Denis e disse que na quinta-feira (10), quando estavam tomando banho no córrego, ele foi embora mais cedo e Denis ficou na companhia do outro amigo.

Ainda conforme o registro, o rapaz relatou que o outro amigo foi em sua residência, ao qual estava sujo de lama, dizendo que estava fugindo de uma viatura do DOF e que Denis havia ficado no córrego. 

A mãe da vítima relatou que um dos amigos havia dito que seu filho poderia ter sido morto por policiais e que "era fácil de matar Denis, que bastava destroncar o seu pescoço”, e que depois disso o rapaz tomou rumo incerto. 

A perícia constatou que Denis apresentava ferimentos na cabeça. A Polícia Civil segue investigando o caso.