Imposto incide em empréstimos, câmbio e investimentos, pesa no bolso das famílias e funciona como ferramenta econômica.

IOF: o guia definitivo para você entender o que esse imposto tem a ver com sua vida
ributo funciona também como uma ferramenta de política econômica. / Foto: R7

O IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) aparece na fatura do cartão internacional, no contrato de empréstimos e na compra de moeda estrangeira, mas poucos compreendem seu funcionamento.

O tributo incide sobre crédito, câmbio, seguros e investimentos, servindo não só para arrecadar, mas também como instrumento de política econômica — razão pela qual costuma estar no centro de disputas entre governo e oposição.

Criado pela Constituição de 1988 como imposto de competência da União, o IOF é regulamentado por decreto presidencial, o que permite alterações rápidas nas alíquotas.

 

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Essa flexibilidade explica sua presença recorrente em momentos de ajuste fiscal. Quando há necessidade de ampliar a arrecadação, uma simples modificação pode gerar bilhões em curto prazo.

Por outro lado, mudanças nas alíquotas impactam diretamente o cotidiano da população, pois encarecem ou barateiam operações financeiras comuns.

O imposto aparece em situações corriqueiras: quem contrata empréstimos ou financiamentos paga o IOF embutido no custo do crédito; quem compra moeda estrangeira ou envia dinheiro para fora do país arca com o tributo nas operações de câmbio.

O mesmo ocorre em compras internacionais no cartão de crédito, que incluem o imposto, e em aplicações financeiras de curto prazo, quando o resgate antecipado reduz parte do rendimento.

Além da função arrecadatória, o IOF tem caráter extrafiscal. Pode desestimular empréstimos em períodos de crédito acelerado ou encarecer operações cambiais em cenários de risco de fuga de capitais.

Quando há pressão no câmbio, o governo pode ajustar o imposto para conter saídas de recursos, o que o transforma em ferramenta de regulação monetária e do mercado financeiro.

Disputa em torno da MP do IOF
O tributo voltou ao debate com a edição de uma medida provisória que alterou alíquotas sobre crédito e câmbio.

A oposição criticou a mudança, alegando aumento indireto da carga tributária sem aprovação do Congresso, enquanto o governo defendeu a agilidade da medida como necessária para enfrentar crises e preservar o equilíbrio fiscal.

A discussão expôs tensões entre Executivo e Legislativo, evidenciando o impacto imediato do IOF no orçamento das famílias.

Cada ajuste é sentido rapidamente:

Alterações no crédito elevam o custo de financiamentos;
Mudanças no câmbio tornam viagens e compras no exterior mais caras;
Resgates antecipados em investimentos podem render menos.
Por sua natureza flexível e efeitos diretos sobre o bolso do cidadão, o IOF permanece no centro do noticiário e das disputas políticas, influenciando tanto a economia quanto o dia a dia dos brasileiros.