Operação da PF revelou que empresa simulava venda de 100 refeições diárias a estudantes.

Investigada pela PF por fraudes em refeições da UFMS possui R$ 5,1 milhões em contratos
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A empresa M. A. B LIMA & CIA LTDA (CNPJ 14.772.639/0001-08), com sede em Campo Grande, possui três contratos vigentes com o Ministério da Educação em Mato Grosso do Sul, que somados totalizam R$ 5.146.654,75. A cozinha industrial é investigada pela PF (Polícia Federal) em inquérito que apura desvios de verbas federais em refeições para o campus da UFMS (Universidade Federal de MS) de Três Lagoas.

Conforme dados do Portal Transparência, o contrato alvo da Polícia Federal iniciou-se em abril de 2023 e se encerraria em abril de 2025, no valor de R$ 2.087.068,75. No entanto, o contrato foi suspenso pela UFMS após detectar as irregularidades.

Ainda, a empresa possui outros dois contratos, desta vez com o IFMS (Instituto Federal de MS), para fornecer refeições para os campus de Três Lagoas e Campo Grande, respectivamente, nos valores de R$ 1.162.518,00 e R$ 1.897.068,00.

PF fez operação contra esquema que simulava venda de refeições

A Operação Lucro Espúrio cumpriu dois mandados de busca e apreensão no campus da UFMS em Três Lagoas e na casa de um dos investigados. Durante as buscas, foram apreendidos computadores, aparelhos celulares e um veículo.

As investigações começaram no dia 24 de fevereiro após a UFMS comunicar indícios de fraude e desvio de recursos públicos em contratos administrativos.

Conforme apurado nas investigações, mesmo após o fechamento do refeitório no campus, na manhã de segunda-feira (24), refeições eram registradas como entregues, indicando superfaturamento.

Ainda segundo a polícia, há indícios de que o grupo envolvido simulava a compra diária de mais de 100 refeições com carteirinhas estudantis. Ou seja, registrava o consumo maior do que o que realmente era entregue.

UFMS detectou irregularidade e interditou refeitório
A UFMS interditou o refeitório por recomendação da Procuradoria Federal da UFMS para a Pró-Reitoria de Administração e Infraestrutura. O caso foi encaminhado pela própria Universidade para investigação sigilosa à Delegacia de Polícia Federal e à Procuradoria da República no Município de Três Lagoas/MS.

Segundo a Procuradoria Federal, os autos “apontam para a ocorrência de inúmeros ilícitos administrativos e criminais, seja pelo descumprimento do contrato administrativo em curso, inclusive com atos de superfaturamento”. 

O restaurante é administrado pela empresa M.A.B LIMA & CIA LTDA, que teve contrato suspenso por indícios de irregularidades.