Município nega risco de poluição e garante renovação de licença dentro do prazo

Investigação mira tratamento de chorume em aterro sanitário de Dourados
Município nega risco de poluição e garante renovação de licença dentro do prazo / Foto:  Arquivo O PROGRESSO/A. Frota

O Ministério Público de Mato Grosso do Sul instaurou inquérito civil para investigar possíveis irregularidades no tratamento de chorume gerado no aterro sanitário municipal de Dourados. 

A medida foi tomada após representação feita pelo Instituto Plenus, que denunciou a gestão precária dos resíduos sólidos urbanos e a possível falta de tratamento adequado do líquido altamente poluente em Mato Grosso do Sul.

Durante as diligências preliminares, a empresa responsável pelo serviço, Financial Construtora Industrial Ltda., alegou cumprir todas as exigências legais, incluindo recirculação do chorume por lagoas de tratamento. 

No entanto, o MP considerou que as informações prestadas não foram suficientes para descartar eventuais irregularidades. A licença ambiental apresentada está próxima do vencimento, e a renovação, segundo a empresa, é de responsabilidade da Prefeitura.

O Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (IMASUL), órgão com atribuição técnica sobre o tema, foi acionado, mas não respondeu dentro do prazo. Posteriormente, solicitou 60 dias adicionais para realizar vistorias in loco.

Diante do esgotamento do prazo para análise preliminar e da necessidade de aprofundar as apurações, o Ministério Público instaurou o Inquérito Civil nº 06.2025.00000606-6, tendo como investigados o Município de Dourados e a empresa concessionária. 

O objetivo é esclarecer se o tratamento do chorume atende às normas ambientais ou se há risco de dano ambiental e urbanístico.

O que diz a prefeitura?
Segundo o secretário de Planejamento e diretor-presidente do IMAM (Instituto Municipal de Meio Ambiente) Fabio Luis da Silva, o processo de renovação da licença ambiental do aterro sanitário de Dourados está em processo avançado. 

Ele afirmou que a atualização da documentação será cumprida dentro do prazo. 

Fabio Luis ainda destacou que o município não possui lixões ativos e que Dourados inaugurou o primeiro aterro sanitário do Estado. 

“Quanto à incidência de chorume, não acredito que haja riscos. Nossas lagoas possuem vida útil de 30 anos”, afirmou. 

O gestor da pasta ambiental explica que as lagoas vão sendo ativadas conforme aumentam as trincheiras, que funcionam como valas abertas no solo para a disposição de resíduos sólidos. 

Atualmente o aterro em Dourados conta com cinco a sete lagoas de tratamento, segundo Fabio Luis.