Mesmo tendo classificação indicativa de 14 anos, pai achou absurda exibição de filme na Escola Maria Constança.

Em post no Facebook, com quase 2 mil compartilhamentos, uma crítica se espalhou por Campo Grande depois da exibição do filme "Crime Barato" na Escola Estadual Maria Constança de Barros. Na postagem feita por Roberto Gomagal, uma "Denúncia Gravíssima" é feita à exibição de "um filme de sexo explicito de cunho homossexual onde os alunos não foram avisados de seu conteúdo sexual".
Ainda de acordo com ele, além de não serem informados, após adentrarem ao auditório os mesmos foram proibidos de sair durante a apresentação e ameaçados pelo responsável caso alguém filmasse ou fotografasse as cenas do repugnante filme.
Roberto Gomagal não para por aí e ainda faz questão de criticar o próprio filme em si. "Esse lixo de filme é intitulado O Crime Barato, foi rodado em Campo Grande e pasmem, financiado com verba pública". Usuários da rede social concordam com a publicação comentando coisas como "Nojo" e "Tem que a podar a graça desse vagabundo".
O filme foi sim rodado na cidade e é de autoria do diretor Mhiguel Horta, que privilegiou pela não esteriotipização do tema sobre a homossexualidade e da situação periférica que muitos da comunidade LGBT vivem. Inclusive, Mhiguel cedeu uma entrevista para o Lado B no mês passado em que explica todo a sinopse do longa-metragem.
Em uma de suas falas ele parece prever a situação pela qual passaria. "Meu filme só quer dizer respeito, é sobre mostrar para as pessoas o quanto elas podem aceitar e ter um ganho com isso. Indico meu filme principalmente para pais com filhos homossexuais e que não conseguem lidar com essa situação", explica ele, em entrevista cedida no dia 12 de setembro.
Em contato com a assessoria da SED (Secretaria de Educação do Estado de Mato Grosso do Sul), o Lado B soube que a história não é como a contada na publicação. "Os alunos foram informados que o filme tinha algumas imagens mais fortes. Eles concordaram em assistir e as portas ficaram abertas o tempo todo. Se eles quisessem sair caso ficassem incomodados podiam, inclusive cerca de 6 alunos chegaram a se retirar, conversaram lá fora sobre o filme, e dois voltaram a seus lugares", explicou a SED.
A classificação indicativa do filme é de 14 anos e a diretoria e o professor responsável fizeram questão de não colocar nenhum aluno com menos de 14 anos na sala da exibição. "As turmas tinham de 14 a 18 anos", completa a Secretaria, que diz ainda fazer parte da proposta das escolas de tempo integral ter acesso a esse tipo de informação.
Crime Barato, a trama - Crime Barato é sobre pessoas que precisam se reapresentar ao mundo todos os dias para serem vistas como realmente são.
Os protagonistas são interpretados pelos atores João Pedro Xavier, na pele de Michael, e Diogo Adriani que interpreta Elias, um casal que ao longo da trama vê os conflitos pessoais interferirem no relacionamento, falando também das relações familiares, amigos e cotidiano. Tudo pensado para trazer luz ao tema, que em 2018 ainda precisa de discussão e representatividade.
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