No MS, ICF apresentou uma pequena retração, mas fechou acima dos cem pontos.

Intenção de consumo das famílias é a melhor desde abril de 2015
Em fevereiro, artigos de carnaval estão nas intenções de consumo. / Foto: Álvaro Rezende/Correio do Estado

A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) medida pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, a CNC, atingiu, em fevereiro, 99,3 pontos. Depois do desempenho negativo em janeiro, o índice chegou ao melhor resultado desde abril de 2015. Também é a maior pontuação para o mês de fevereiro, em cinco anos.

No Mato Grosso do Sul, o ICF apresentou uma pequena retração em fevereiro em Mato Grosso do Sul, mas fechou acima dos cem pontos. Isso significa que o Estado ainda está dentro da chamada zona positiva, quando os planos de compras das pessoas pesquisadas têm mais possibilidades de se tornarem realidade.

A pesquisa fechou com resultado de 107,2 na faixa geral, que considera as resposta de todas as pessoas ouvidas, sem separá-las por renda. Esse número é calculado com base em uma série de perguntas feitas a várias pessoas de diferentes classes sociais. Em comparação com o segundo mês do ano passado, houve aumento de 5,9 pontos, mas recuo de 2,7 pontos em relação a janeiro.

Daniela Dias, economista da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio), explica que é normal haver queda na intenção de consumo em fevereiro, já que a população vem de um período tradicionalmente conhecido pelos gastos elevados.  

“Compra de material escolar, impostos, são várias as despesas de início de ano, então é uma época de sazonalidade”, explicou ao Correio do Estado.

Os dados do estudo vão ao encontro do que disse a economista. Dos entrevistados, a maioria (39,9%) disse estar comprando menos em relação ao mesmo período do ano passado, enquanto 38,7% afirmou que o nível de consumo não evoluiu e 21,2% estão comprando menos.

“Pode ser que isso tenda a se recuperar com a proximidade da Páscoa, temos ainda a questão do carnaval, que pode repercutir também em algum consumo extra com fantasias, por exemplo”, afirma a economista.

Levando em consideração a perspectiva para os próximos meses, planejam consumir o mesmo que o ano passado 46,7% dos entrevistados, enquanto 28,9% esperam gastar menos e 32,3% pretendem gastar mais. Grande parte dos participantes da pesquisa inclusive consideram que o momento atual éstá ruim para a compra de bens duráveis, como eletrodomésticos, televisores, etc.  

“Sobre a questão dos duráveis, temos que prestar atenção daqui em diante em relação às perspectivas sobre o futuro da economia. São essas perspectivas que fazem os empresários contratarem mais”  

Contudo, entre os itens da pesquisa, o quesito “Situação com relação ao emprego atual” foi um dos que mais ajudaram a manter o resultado dentro do satisfatório. A maioria dos entrevistados (43,8%) disseram que estão mais seguros em seus postos de trabalho em comparação com o mesmo período do ano passado e 11,4% afirmaram experimentar momentos de instabilidade em seus empregos.

Outros 26,7% disseram que estão na mesma situação e 18% dos participantes estavam desempregados quando foram ouvidos pelos pesquisadores.

Além disso, mais da metade (65,3%) dos entrevistados acreditam que terão alguma melhora profissional nos próximos seis meses, enquanto 26,3% não contam com ascenção na carreira e 8,4% não souberam responder à pergunta.

O levantamento aponta estagnação com relação à renda das pessoas que fizeram parte do levantamento, já que para 51,1% os ganhos permanecem os mesmos em comparação com o mesmo período de 2019. Para 34,8% houve melhora nos salários e 13,6% enxergaram piora na situação financeira.  

Essa situação faz as pessoas desacreditarem na possibilidade de terem acesso ao crédito no mercado, já que apenas 17,6% consideram que está mais fácil a obter crédito ou conseguir comprar a prazo, enquanto 41,5% pensam que a situação está do mesmo jeito que em 2019 e 25,9% enxergaram piora no cenário.