O que temos é que esses militares não tem nenhum envolvimento com a Máfia do Cigarro”, alega

Inocência vai ser provada, diz advogado de PMs após depoimentos ao Gaeco

Para o advogado Edmar Soares da Silva, responsável pela defesa de sete militares alvos da Operação Oiketicus, a inocência dos cliente será provada no decorrer dos depoimentos ao Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado). “O que temos é que esses militares não tem nenhum envolvimento com a Máfia do Cigarro”, afirmou.

Segundo o advogado da ACS (Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar e Bombeiro Militar de Mato Grosso do Sul), seis pessoas foram ouvidas nesta manhã, cinco militares envolvidos alvos da operação e uma testemunha do esquema de corrupção. “Acompanhei quatro dos militares”, detalhou.

Em todos os depoimentos, os policiais negaram envolvimento no caso. O primeiro a deixar o prédio nesta manhã foi o sargento Everaldo Marques da Silva, lotado no Batalhão da Polícia Militar de Maracaju. Assim como os outros policiais, afirmou ser inocente e alegou estar sendo injustiçado.

Durante a tarde, outros sete policiais devem prestar depoimento na sede do Gaeco. Conforme apurado pela reportagem, os promotores devem continuar os interrogatórios nesta quinta-feira (24). Ainda não foram divulgados quantos militares foram intimados.

Operação - Conforme o Gaeco, policiais de várias patentes e regiões do Estado atuariam associados de forma estável e em dois núcleos principais, ao longo da região de fronteira do Paraguai, de forma a permitir que o contrabando de cigarros ocorre sem fiscalização - ou repressão. Alguns acusados, inclusive, já haviam sido alvos de apurações anteriores por suposta relação com o mesmo crime.

A Oiketicus - inseto conhecido popularmente como “bicho cigarreiro” - foi deflagrada no início da manhã de quarta-feira (18), em 14 cidades de Mato Grosso do Sul, a maioria delas localizada na rota do contrabando de cigarros. Ao todo, foram 21 presos.

Ao longo do dia, 20 PMs foram levados para a Corregedoria da Polícia Militar, três oficiais e 17 praças. O 18º praça se apresentou à noite. Todos foram encaminhados para celas do Presídio Militar Estadual. Também foram cumpridos 45 mandados de busca e apreensão.

Foram citados pelo Gaeco pagamentos de R$ 30 mil a R$ 100 mil a oficiais e os “cabeças” de um dos núcleos, enquanto outros suspeitos relatavam, no passado, pagamentos entre R$ 500 e R$ 600 por semana ou “mensalinhos” que, apesar do nome, envolviam pagamentos semanais de R$ 3 mil.