Presidente da Casa defende que petista nomeie Rodrigo Pacheco; Lula deve bater o martelo na próxima semana.
A provável indicação de Jorge Messias ao STF (Supremo Tribunal Federal) pode “azedar” a relação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o Congresso Nacional, como temem senadores e pessoas próximas ao petista ouvidas pela reportagem.
A tensão tem origem na discordância de nomes para a vaga no Supremo, aberta com a aposentadoria antecipada de Luís Roberto Barroso. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), defende que Lula indique o ex-presidente da Casa Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Essas fontes avaliam que apresentar Pacheco para o posto selaria o “bom momento” da relação entre o presidente e Alcolumbre.
O clima entre Legislativo e Executivo não é dos melhores. Na visão dos interlocutores, os recentes embates entre a Câmara dos Deputados e a gestão petista, exemplificados pela derrubada da MP alternativa ao aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), desgastam a imagem de Lula perante o Legislativo e afetam a governabilidade do presidente.
O momento, portanto, não seria propício para “esticar ainda mais a corda” e estender o “clima ruim” ao Senado.
A indicação de Messias, atual advogado-geral da União, deve ser oficializada pelo petista no retorno da viagem à Ásia, como apurou o R7. O presidente chega ao Brasil na terça-feira (28) da próxima semana.
Soma-se à equação outro fator: aliados de Lula temem que Messias não seja aprovado para a vaga no Supremo. Os indicados do presidente da República ao STF devem receber o aval da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) e do plenário do Senado.
Em conversa recente com Lula, Alcolumbre fez questão de pontuar a dificuldade na aprovação de outro nome que não seja o de Pacheco neste momento.
Na visão de aliados, a oposição ao petista pode dificultar o aval do Senado a Messias.
Influência entre evangélicos
Como mostrou o blog R7 Planalto, senadores experientes avaliam que o petista, como favorito à reeleição, terá outras três oportunidades de fazer indicações ao STF até 2030.
Na avaliação desses parlamentares, portanto, Lula tem a chance de fazer um gesto aos senadores ao indicar agora um nome que os representa. E essa nomeação seria a de Rodrigo Pacheco.
A leitura é de que Messias, além de novo, é muito ligado ao PT e pode esperar pelas próximas indicações. O atual advogado-geral da União foi assessor da ex-presidente Dilma Rousseff ele atuou como subchefe para assuntos jurídicos da Casa Civil durante a gestão de Dilma.
Lula optou por Messias, apesar da ponderação de interlocutores próximos. O cálculo do presidente envolve as eleições do próximo ano Messias é evangélico, e a indicação ao Supremo pode aproximá-lo do grupo, majoritariamente contrário ao presidente.











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