Para a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) o crescimento da inadimplência reflete o quadro de dificuldades econômicas que as famílias ainda enfrentam, apesar do fim da recessão, como aumento do desemprego e queda da renda.

Inadimplência cai, mas ainda gera rombo de R$ 6 mi no comércio de Dourados
Por outro lado, em comparação entre janeiro e maio, o número de negativações (crédito restabelecido) cresceu R$ 11,9%. / Foto: Divulgação

O Indicador de Registros de Inadimplentes caiu 3,5% na comparação mensal de maio contra o mês anterior, em Dourados, segundo dados da Boa Vista SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito). No entanto, são mais de 6 milhões em dívidas no comércio de Dourados gerados pela inadimplência.

No resultado acumulado, a inadimplência diminuiu 2,4%, enquanto na variação interanual (mesmo mês do ano anterior) o indicador cedeu 14,0%. A recuperação de crédito do consumidor, por sua vez, subiu 3,0% na comparação mensal de maio contra o mês anterior. No resultado acumulado, a recuperação avançou 7,2% enquanto na variação interanual (mesmo mês do ano anterior) o indicador subiu 0,7%.

Por outro lado, em comparação entre janeiro e maio, o número de negativações cresceu R$ 11,9% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo dados do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC) fornecidos pela Associação Comercial e Empresarial de Dourados (Aced).

No ano passado nesse período foram 10.78 negativações contra 11.277 esse ano. O número de cancelamentos no SCPC, que é quando a pessoa quita a dívida, caiu. no ano passado foram pagas 7.081 dívidas contra 5.582 nos primeiros meses desse ano.

Para a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) o crescimento da inadimplência reflete o quadro de dificuldades econômicas que as famílias ainda enfrentam, apesar do fim da recessão, como aumento do desemprego e queda da renda.

Empréstimos

Tipo de crédito que tem se popularizado por meio de propagandas, o empréstimo para negativados é uma alternativa que muitos consumidores inadimplentes recorrem como última saída para honrar compromissos em atraso. Um levantamento feito em todas as capitais realizado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) revela que 16% dos consumidores que estão ou estiveram com o CPF restrito nos últimos 12 meses admitem ter procurado instituições financeiras que prestam esse tipo de serviço. O percentual sobe para 21% entre os consumidores inadimplentes das classes A e B.

Indagados sobre o porquê de terem contratado esse tipo de empréstimo, que de modo geral, não realiza consultas em serviços de proteção ao crédito, três em cada dez (29%) ouvidos disseram que era a única maneira que eles encontraram para quitar as dívidas. Outros 27% justificaram a rapidez do processo de limpar o nome, ao passo que 25% não conseguiram obter crédito em bancos convencionais.

"De olho nesse mercado de milhões de inadimplentes, muitos bancos e financeiras se especializaram em conceder crédito para quem está negativado. Como é um tipo de empréstimo concedido de forma ágil e que exige o mínimo de burocracia, os juros cobrados nessa modalidade costumam ser elevados, o que requer cuidado do consumidor, que na urgência de contrair uma dívida para quitar outra, pode se atrapalhar ainda mais e ver sua dívida se tornar praticamente impagável", alerta a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.