Rede pública de saúde não tem mais vagas para pacientes com Covid-19.
Os hospitais da rede pública de saúde de Campo Grande já não têm mais vagas para pacientes com Covid-19.
Nas três unidades que operam pelo Sistema Único de Saúde (SUS), as unidades de terapia intensiva (UTIs) reservadas para o novo coronavírus estão com 100% de ocupação.
Restam apenas alguns hospitais particulares com contratos com a prefeitura.
No Hospital Regional de Mato Grosso do Sul, referência para o tratamento da Covid-19 em Campo Grande, apenas duas vagas em UTIs estavam vazias até ontem.
Nesta semana, a ocupação na unidade chegou aos 100% dos leitos críticos (UTI e semi-intensivo).
Já na Santa Casa de Campo Grande, maior hospital da Capital, nenhuma vaga para pacientes com a doença estava disponível.
Das 10 vagas disponibilizadas na Unidade do Trauma, 100% estavam ocupados por pacientes que estavam no Hospital Regional e tiveram de ser transferidos.
No Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian, os 10 leitos para o tratamento da doença, que foram inaugurados na segunda-feira, estão ocupados.
O centro médico, inclusive, está com 100% de ocupação para internação em todos os setores adultos – UTI geral e leitos clínicos. A prefeitura ainda tem leitos contratualizados no Hospital Adventista do Pênfigo, El Kadri, Clínica Campo Grande e Proncor.
De todos esses, a melhor situação é a do Proncor, que ainda tem 30% das vagas em UTIs, porém, para atendimento a pacientes com outras doenças, não há mais leitos no setor.
Já os leitos do setor no Pênfigo, inaugurados há 10 dias, também já estão ocupados. A taxa de ocupação em relação aos leitos clínicos era de 60% no fim da tarde, mas havia a possibilidade de chegar a 80% até o fim do dia, segundo a assessoria de imprensa da unidade.
A mesma situação se encontrava no El Kadri, com todos os leitos de UTI contratualizados com a prefeitura ocupados. Do setor, sete estavam com pacientes do SUS e três provenientes de convênios. A UTI geral não tinha leitos, e a UTI cardio, que não recebe pacientes com Covid-19, tinha quatro vagas.
Segundo o titular da Secretaria de Estado de Saúde (SES), Geraldo Resende, o governo tenta conseguir mais 10 leitos para serem implantados no Hospital do Pênfigo, mas depende de equipamentos a serem conseguidos no interior. “São equipamentos que Dourados recebeu de doação e ainda não conseguiu implantar”, afirmou.
O secretário ainda diz que pretende chegar a 100 leitos críticos no Hospital Regional, entretanto, para que isso se concretize, é necessário que equipamentos que foram prometidos pelo Ministério da Saúde cheguem na Capital.
Segundo a prefeitura, a taxa de ocupação global dos leitos de UTI na cidade estava ontem em 86%, mas apenas 39 leitos para pacientes graves estavam disponíveis no início da tarde.
Para o médico infectologista e pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Julio Croda, é possível que na próxima semana já faltem leitos de UTI em Campo Grande, já que ainda há muitos casos sendo confirmados diariamente e o isolamento social não tem passado de 37% durante a semana.
“O cenário da Capital é muito preocupante, principalmente no que diz respeito aos leitos de terapia intensiva. Diversas cidades no Brasil e fora colapsaram seu sistema de saúde. Então, o gestor tem de entender que a curva de contágio dessa forma como está acelerada, o poder público não tem capacidade de acompanhar essa curva na oferta de leitos, e isso não é um fenômeno local, é um fenômeno mundial. Campo Grande deve adotar o lockdown, senão, na minha opinião técnica, já na semana que vem nós veremos pacientes morrendo por falta de leitos”, afirma.











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