Estabelecimento havia anunciado a suspensão das atividades, por prazo indeterminado, no dia 12 de maio.

A assessoria do Hopi Hari, em Vinhedo (SP), disse ao G1, nesta segunda-feira (29), que o parque vai voltar a receber visitantes no início do mês de junho. A reabertura será possível, segundo a instituição, graças a uma linha de crédito obtida junto ao American Bank. O estabelecimento havia anunciado a suspensão das atividades, por prazo indeterminado, no dia 12 de maio.
De acordo com o parque, com esse financiamento, de imediato, será retomado o contrato com a empresa fornecedora de energia elétrica, que está cortada desde abril, regularizada a questão trabalhista dos funcionários e colaboradores, além de viabilizado o plano de reativação das atrações em manutenção.
"Estamos muito felizes com esta notícia, especialmente pelos quase 300 funcionários que nunca baixaram os braços e que terão seus postos de trabalho preservados", afirmou, em nota, o novo presidente do parque, José Luiz Abdalla, que assumiu o cargo em 5 de abril.
Sem data definitiva
No entanto, segundo o parque, não há um dia certo para a reabertura já que os investimentos mais significativos ocorrerão apenas depois da aprovação do aditivo ao plano de recuperação judicial apresentado aos credores.
No ano passado, a Justiça aceitou o pedido de recuperação judicial feito pelo parque de diversões. A solicitação é uma tentativa da empresa de se reorganizar para pagar as dívidas e evitar a falência.
Em buscas na internet é possível encontrar dois bancos com o nome de American Bank, um deles sediado no Texas e o outro na Pensilvânia, nos Estados Unidos. No entanto, até a publicação da reportagem, o G1 não conseguiu contato com nenhum deles para falar sobre o Hopi Hari.
Crise no Hopi Hari
Na semana passada, o registro de companhia aberta do Hopi Hari - que permite a empresa negociar suas ações no mercado - foi suspenso pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) por falta de entrega de documentos referentes a 2016 e 2017.
O G1 ouviu o economista especialista em finanças Eli Borochovicius para entender os impactos da medida nos negócios do parque. Para ele, a suspensão reduz as chances do empreendimento, em Vinhedo, se recuperar da crise e voltar a operar. O Hopi Hari não se manifestou sobre o caso.
No dia 12 de maio, o parque anunciou a suspensão de suas atividades por prazo indeterminado. Além disso, segundo o Sindicato dos Trabalhadores de Parques de Diversão (Sindiversão) , desde fevereiro os trabalhadores estão sem receber os salários.
Em dificuldades financeiras, o Hopi Hari já havia tido corte no forcecimento de energia elétrica por falta de pagamento.
No ano passado, a Justiça aceitou o pedido de recuperação judicial feito pelo Hopi Hari. Com dívidas que somavam R$ 330 milhões à epoca da solicitação, o parque tem entre seus principais credores o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
No início do mês de maio, Sindiversão afirmou que a falta de manutenção e o uso de gerador colocavam em risco os visitantes do Hopi Hari.
Morte no parque
Em janeiro, a Justiça condenou três funcionários do parque de diversões Hopi Hari pela morte da estudante Gabriela Yukari Nichimura em fevereiro de 2012. De acordo com o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP), os réus receberam a sentença de 2 anos e 8 meses de prisão no processo por homícidio culposo, mas o juiz reverteu a pena para prestação de serviços à uma comunidade e pagamento de um salário mínimo para uma entidade social.
Segundo a nota oficial do TJ-SP, outros cinco funcionários foram absolvidos. De acordo com o promotor do caso, Rogério Sanches, o processo foi desmembrado e a condenação publicada abrange apenas os que trabalhavam na operação e manutenção do brinquedo que a adolescente caiu. Os outros quatro réus são ex-diretores e o ex-presidente do parque Armando Pereira Filho, que havia sido excluído do julgamento, mas voltou ao processo após decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Eles não têm prazo para serem julgados.
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