Os servidores federais estão em greve por melhorias nas condições de trabalho e reajuste salarial.

Greve ganha adesão de servidores, mas atendimentos no HU e calendário acadêmico seguem mantidos
Servidores do Hospital Universitário entram em greve (Nathalia Alcântara, Jornal Midiamax

Servidores da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) e Humap (Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian) seguem em greve desde a última semana em todo Estado. Apesar da paralisação, os atendimentos aos pacientes do HU, assim como o calendário acadêmico da UFMS, seguem inalterados.

Ambas as categorias entraram em greve por melhorias nas condições de trabalho, maiores benefícios e reajuste salarial. O movimento nacional também se estende aos servidores técnico-administrativos da UFMS, paralisados desde o dia 14 de março.

Greve na UFMS pode afetar 25 mil alunos

Na UFMS ainda não há um levantamento de quantos docentes aderiram à greve, no entanto, alguns cursos e faculdades, já suspenderam as aulas. Conforme a Adufms (Associação dos Docentes da UFMS), uma nova assembleia ocorrerá nesta segunda-feira (6), para levantar o quantitativo de professores adeptos ao movimento grevista.

Em Mato Grosso do Sul, a greve pode afetar mais de 25 mil estudantes matriculados em 138 cursos da UFMS. A paralisação das aulas depende de cada curso, mas os docentes não são obrigados a aderir à greve.

Os professores reivindicam reajuste de 22,71%, em três parcelas anuais de 7,06% cada, começando em 2024 e auxílios alimentação e creche. Em contrapartida, o Governo propôs 9,0% em janeiro de 2025 e de 3,5% em maio de 2026, mas com reajuste zero em 2024. Por maioria, os docentes rejeitaram a proposta.

Além disso, na última semana reitor Marcelo Turine criou um grupo de trabalho para tratar do movimento grevista dos professores, assim como realizado com o movimento de greve dos servidores técnicos-administrativos.

Durante reunião realizada na terça-feira (30), a Adufms protocolou as orientações do Comando de Greve junto à UFMS e solicitou a suspensão do calendário acadêmico, proposta veementemente rejeitada pela reitoria.

80% dos trabalhadores aderiram à greve no HU

Os trabalhadores do setor de saúde do HU reivindica reajuste salarial de 14,07%, e melhores benefícios como auxílio-alimentação e auxílio-creche. Participam do ato: médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, farmacêuticos, técnicos de laboratório, equipe multifuncional, técnicos-administrativos, entre outros setores.

Conforme o Sindserh-MS, a paralisação é parcial, seguindo a regulamentação para serviços essenciais, ou seja, mesmo com a adesão de 80% dos trabalhadores, os atendimentos seguem regularizados.

Na última quinta-feira (2), o Humap recorreu ao TST (Tribunal Superior do Trabalho) para mediar as negociações, após a categoria rejeitar reajuste de 2,5%.

A primeira proposta feita à categoria ocorreu em 18 de abril. Na época, os servidores recusaram o reajuste proposto, de 2,15%. Na última terça-feira (30), o sindicato se reuniu novamente com a Ebserh, momento em que a categoria recebeu a proposta de 2,5%, também recusada.

Cerca de 2,5 mil trabalhadores atuam nos hospitais universitários de Campo Grande e Dourados, que também aderiu à greve. Para eles, o aumento proposto pela empresa administradora significa “uma nova perda salarial para os profissionais que já vêm de um histórico de reposições abaixo da inflação”.

Técnicos-administrativos completam um mês de greve

Desde o dia 14 de março, servidores técnicos-administrativos da UFMS deliberaram pela adesão à paralisação nacional da categoria. Em Mato Grosso do Sul, a greve atinge diversos setores da universidade, enquanto a categoria reivindica melhores condições de trabalho.

A UFMS conta com mais de 1.700 técnicos-administrativos que desempenham diversas funções como vigilante, auxiliar administrativo, psicólogo, assistente social, físico, etc.

Os servidores também reivindicam o reajuste salarial, que, segundo eles, está defasado em relação a outros setores do funcionalismo federal. Em contrapartida, o governo propôs uma oferta de reajuste de 9%, parcelado em dois anos (2025 e 2026) sem reajuste em 2024.

Conforme o Sista-MS (Sindicato dos Trabalhadores em Educação), a categoria pede reajuste de 10,5% em 2024, 10,5% em 2025 e outros 10,5% em 2026. As tratativas começaram em outubro de 2023. Em fevereiro deste ano, o Governo Federal enviou contraproposta de 4,5% em 2025 e 4,5% em 2026.