Criação de usinas de biogás e energia estão incluídas no projeto.

Governo federal quer acabar com os lixões do Brasil

O programa Lixão Zero, lançado na tarde desta quarta-feira (12) pelo Ministério do Meio Ambiente tem a meta ambiciosa de zerar os lixões em todo o Brasil. O projeto, de US$ 500 milhões (R$ 2,1 bilhões, na cotação do dia), será financiado pelo Banco de Desenvolvimento dos Brics, grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.  

Entre as novidades do programa está a possibilidade da criação de usinas de tratamento de lixo, que serão operadas pela iniciativa privada, por meio de concessões.  

“Em uma primeira fase do programa, vamos destinar uma verba R$ 64 milhõess para 57 municípios distribuídos por vários Estados. Um dos maiores problemas da gestão ambiental urbana no Brasil é o caos na gestão do lixo, o que é muito grave. O objetivo do programa é ajudar as cidades a estruturar áreas para separar o lixo e encaminhá-lo para a reciclagem”, disse o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, em entrevista ao portal da Revista Exame.

Conforme o ministro, a iniciativa será voltada a municípios com população de até 30 mil habitantes. Há a previsão de doação de equipamentos de coleta de lixo e reciclagem, além do treinamento dos gestores para propagar a devida separação dos resíduos e, assim, facilitar a reciclagem. “A intenção é que possamos encerrar os lixões, que infelizmente são uma chaga que o Brasil carrega. Quase nenhuma prefeitura tem coleta seletiva de lixo”, salientou.

Salles citou as dificuldades financeiras das pequenas prefeituras, e que, normalmente, o tratamento do lixo acaba não figurando entre as prioridades. Uma das possibilidades é a geração de biogás e de energia elétrica por meio destes resíduos. O ministério quer incentivar a formação de consórcios para o tratamento do lixo. “A energia é vendida, o que pode inclusive colaborar para pagar a conta da coleta do lixo. Mas as usinas de tratamento de lixo precisam receber um volume grande de lixo para não ficarem ociosas. Geralmente, só municípios com mais de 300 000 habitantes conseguem gerar a quantidade de material necessários para movimentar essas plantas”, afirmou.