Conforme informação repassada pela assessoria de imprensa da pasta de Educação, a proposta foi feita pela própria chefe da secretaria, Maria Cecilia Amêndola Motta.

Governo de MS estuda volta às aulas 100% presenciais no mês que vem
Aviso indica regras de biossegurança para permanecer nas salas de aulas das escolas estaduais. / Foto: Henrique Kawaminami

Mato Grosso do Sul estuda já para o próximo mês, outubro, a retomada de 100% das aulas presenciais em toda a rede estadual de ensino. A análise é feita pela SED (Secretaria de Estado de Educação) e pelo grupo gestor do Prosseguir (Programa de Saúde e Segurança na Economia). O resultado deve sair em breve.

Conforme informação repassada pela assessoria de imprensa da pasta de Educação, a proposta foi feita pela própria chefe da secretaria, Maria Cecilia Amêndola Motta, que também faz parte da gestão do Prosseguir.

Devem ser reanalisados os dados da imunização contra a covid-19 no Estado e definidos novos critérios para que se consiga esse retorno. 'É uma questão de bandeira. É nisso que a gente se pauta', explica a comunicação da SED.

No caso, é necessário que haja melhora nos índices e passagem para bandeiras que representem menor nível de gravidade para que o fim do escalonamento e retorno das aulas totalmente presenciais sejam confirmadas. Minuta definida pela própria SED impõe retorno das aulas quando se chegar à bandeira amarela.

Hoje, a REE (Rede Estadual de Educação) funciona com aulas escalonadas, ou seja, de forma semipresencial, revezando as datas em que as turmas vão para a escola. Ao todo, mais de 200 mil alunos estão matriculados nas escolas estaduais sul-mato-grossenses, que atendem o Ensino Fundamental e o Ensino Médio.

Retorno antecipado - Na avaliação do presidente da Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul), o retorno já em outubro pode ser visto como uma antecipação, mesmo que a vacinação tenha avançado e os números da covid-19 estejam em plena redução em todo o Estado.

'A categoria não foi notificada sobre nada. Ela [Maria Cecilia] não conversou com a gente, mas evidente que conforme melhore as bandeiras, as aulas presenciais são ampliadas. Porém, é preciso avaliar melhor, pois há muitas cidades, grandes, em bandeira vermelha ainda', comenta Jaime Teixeira.

O sindicalista ainda afirma que é preciso analisar os protocolos sanitários, que estão funcionando bem atualmente, mas sem o escalonamento podem surgir problemas. 'Com salas mais cheias, e em muitas escolas essas salas são pequenas, não se conseguir cumprir o distanciamento mínimo', frisa.

Para Jaime, o melhor a se fazer no momento seria seguir com o escalonamento até o fim do ano e, em 2022, voltar ao ensino totalmente presencial. 'Falta só um bimestre para encerrar o ano, então seria melhor ficar para 2022 esse retorno, acredito. Mas como até agora não nos foi passado nada, fica difícil falar'.

A reportagem tentou contato com Maria Cecilia para detalhar a situação, mas ela participa de evento em Ponta Porã e não pôde atender as ligações. A ACP (Sindicato Campo-grandense dos Profissionais da Educação Pública) também foi procurada para comentar a situação, mas não houve êxito até então.

Bandeiras - As bandeiras do Prosseguir estão divididas em cores, variando entre a verde, que indica risco baixo de contágios, e a cinza, que indica risco extremo. O amarelo indica grau tolerável, enquanto o risco médio e o alto são, respectivamente, representados pelas bandeiras laranja e vermelha.

Atualmente, Mato Grosso do Sul não conta com nenhuma cidade em grau verde nem em grau cinza, enquanto a bandeira vermelha está presente em apenas 16 das 79 cidades do Estado - entre elas Campo Grande, Dourados, Naviraí e Ponta Porã.

Já a bandeira laranja opera em 33 municípios - alguns deles são Aquidauana, Coxim e Paranaíba. Por fim, o grau tolerável, indicado pelo amarelo, é registrado em cidades como Corumbá, Sidrolândia, Porto Murtinho e Rio Brilhante.

Os indicadores constam no mapa situacional da 35ª semana epidemiológica deste ano, com recomendações válida até a próxima quarta-feira (22). A partir de então, novas recomendações são feitas para as prefeituras.