Mesmo detidos em presídios, criminosos organizam e ameaçavam as vítimas

Golpe do motel: como funcionava esquema de extorsão no RS
Mesmo detidos em presídios, criminosos organizam e ameaçavam as vítimas / Foto: Imagem Ilustrativa

Imagem IlustrativaCinco pessoas foram presas na segunda-feira (25), suspeita de participar do “golpe do motel”, esquema para extorquir clientes de motéis que estariam supostamente sendo infiéis aos cônjuges, em Porto Alegre e na região metropolitana.

Os criminosos faziam vigilância nas portas de motéis da região. Eles fotografavam e gravavam os veículos, principalmente de alto padrão, que entravam e saíam desses estabelecimentos. Uma mulher de 27 anos foi identificada pela polícia como a responsável por essa etapa.

Com a placa dos carros, o grupo levantava dados do proprietário. Um detento de 32 anos, que está preso em Charqueadas (RS) desde 2016, realizava a consulta de informações vazadas das vítimas na internet de dentro da prisão. O homem tem passagens criminais por extorsão, estelionato, homicídio doloso, roubo de veículo e porte ilegal de arma de fogo de uso restrito.

Em seguida, eles entravam em contato com os alvos se passando por detetives particulares. Sabendo o número de telefone e, muitas vezes, até os nomes dos companheiros por WhatsApp alegando terem sido contratados para investigar uma suposta traição.

Esquema cobrava até R$ 15 mil para não expor material fotográfico aos companheiros. Para garantir o silêncio, o pagamento deveria ser feito por Pix e era cobrado por três presidiários que viviam na mesma cela em outra prisão de Charqueadas.

Golpe funcionava por “tentativa e erro”. O delegado Eibert Moreira, diretor do Departamento Estadual de Repressão aos Crimes Cibernéticos, explicou ao UOL que os golpistas faziam uma aposta ao acusar as vítimas de traição, em algumas delas, era verdade, já em outras, não. Até alguns funcionários dos motéis foram contratados e se defenderam dizendo que trabalhavam nos locais.

Vítimas
Até o momento, 10 pessoas registraram ocorrência policial. O prejuízo financeiro daqueles que efetivamente realizaram os pagamentos foi de R$ 10 mil. Já o valor solicitado pela quadrilha ultrapassa R$ 21 mil.

Nove mandados judiciais foram cumpridos ao todo. Cinco deles, de prisão preventiva e quatro de busca e apreensão, em Eldorado do Sul e em presídios de Charqueadas. Documentos e celulares foram apreendidos para a investigação durante a operação da Polícia Civil.

*Informações UOL