Em 18 meses, a variação do barril do petróleo atingiu 290% e gasolina alcança R$ 6,53 em novembro.

“Gasolina cara” não é culpa do Estado e sim do Fator Petrobrás, aponta Sindifiscal/MS

A equipe do Observatório Econômico do Sindicato dos Fiscais Tributários Estaduais de MS – Sindifiscal/MS – analisou os dados da Agência Nacional do Petróleo – ANP - e apontou que o alto valor dos combustíveis aos consumidores está ligado, principalmente, ao preço do barril do petróleo que sofreu uma variação de 290%. Em novembro, o preço médio da gasolina comum no estado para o consumidor final alcançou R$ 6,53 o litro, um aumento de 37,85%, em relação a janeiro deste ano quando o combustível custava, em média, R$ 4,73%.

A explicação, conforme a equipe de analistas do Sindifiscal/MS, está no “Fator Petrobrás”, que representa a relação entre o “preço-Petrobras” do combustível e o preço ao consumidor final na região Centro-Oeste. Conforme Clauber Aguiar, fiscal tributário estadual e diretor do Observatório Econômico, 1% de aumento do combustível no “preço-Petrobras” acarreta elevação de 0,61% no preço ao consumidor. “Esse impacto não é observado nas bombas, uma vez que proporcionalmente não houve reajustes nas margens de distribuição e revenda”, explicou o diretor.

O grande vilão da alta no preço dos combustíveis, segundo o estudo, é o valor do barril de petróleo. Em outubro deste ano, o barril de petróleo Brent apresentou crescimento de 12,81% em relação ao mês anterior, atingindo US$ 82.12. A pandemia fez a demanda por combustíveis cair e o barril do petróleo sofreu desvalorização. O produto chegou a custar em torno de US$ 21.04 em abril de 2020. “Com a gradual retomada das atividades pós isolamento social e a baixa na produção do petróleo, o preço do barril aumentou. Em outubro de 2021 o barril já custava US$ 82.12, apresentando crescimento total de 290,33% em relação ao preço de abril de 2020. Apesar disso, o preço médio da gasolina no Brasil apresentou crescimento em quase todos os meses de 2021, com preço máximo de R$ 7,88 em outubro para o consumidor final.

Formação do custo da gasolina

No Brasil, referente à gasolina comum, baseado nos exercícios do primeiro semestre de 2021, a composição do preço do consumidor está relacionada ao Preço-Petrobras de Gasolina “A” (em média 33,5% do preço ao consumidor), Preço do Etanol Anidro, Tributos Federais, Tributos Estaduais (ICMS) e Margem Bruta de Distribuição + Revenda. Na composição do preço do diesel B S500, o fator de maior participação também é o Preço-Petrobras do Diesel A S500, o qual representou em média 53,2% (de janeiro a junho de 2021) na composição do preço do consumidor nas vendas do diesel. Concomitante a isso, o preço médio do diesel no MS apresentou crescimento total, no comparativo entre os meses de janeiro e junho de 2021, de 32,52%.

Outro agravante para o aumento na bomba foi a valorização do dólar em relação ao real. Em setembro deste ano a taxa de câmbio era de 5,47 do real em relação ao dólar, fechando outubro com crescimento de 3,74% em relação ao mês anterior, totalizando 5,64. Em janeiro de 2020 a taxa de câmbio era em torno de 4,27 (atingindo, em outubro deste ano, um crescimento total que representou 32,17% em relação a janeiro de 2020). Com isso, a gasolina comum no Brasil apresentou crescimento total de 52,19% em outubro de 2021 em relação ao mesmo mês de 2020.

“As altas variações no preço do barril de petróleo causadas pela pandemia e pela desvalorização cambial são responsáveis por esse persistente aumento nos preços dos combustíveis brasileiros. Pois, por se tratar de uma commodity importada pelo Brasil e negociada em dólar, com a desvalorização do real, o custo da matéria prima sofre grande aumento, o que impacta no preço do consumidor final”, conclui o estudo.

Os dados desta matéria foram retirados das análises do Observatório Econômico. As informações constam no site www.sindifiscalms.org.br e podem ser consultadas diretamente no  link https://fatogeradorsindifiscalms.blogspot.com/

OBSERVATÓRIO ECONÔMICO

O Observatório Econômico é uma estrutura pertencente ao Sindifiscal/MS. O principal objetivo é monitorar a economia do Estado de Mato Grosso do Sul. O projeto foi lançado em 2015 e produz pesquisas e elabora estudos técnicos com informações e propostas que possibilitem a atuação da entidade e municípios no cenário governamental. E assim, cumprir sua responsabilidade social, pensando soluções para o seu desenvolvimento.

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