O trabalho investigativo, que durou cerca de 17 meses, iniciado em agosto de 2021, resultou em uma série de prisões em flagrante por tráfico de drogas.

Gaeco cumpre 44 mandados em operação contra o tráfico de drogas no MS
Maconha apreendida durante as investigações. / Foto: Divulgação/Gaeco

O Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul, por meio do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAECO), deflagrou, na manhã desta quarta-feira (8/3), a Operação Traquetos, a fim de desbaratar organização criminosa voltada ao tráfico de drogas, que tinha uma grande rede de batedores e pontos de apoio nas cidades de Campo Grande, Anastácio e Aquidauana, com o intuito de escoar a droga que era adquirida nas cidades de Bela Vista e Ponta Porã  para outros estados da Federação (Bahia, Goiás e São Paulo).

O trabalho investigativo, que durou cerca de 17 meses, iniciado em agosto de 2021, resultou em uma série de prisões em flagrante por tráfico de drogas, como ainda identificou a estrutura da organização criminosa, que é dividida em “líderes”, “gerentes”, “batedores e transportadores”, e “guarda-roupas”.

Os líderes da organização criminosa ficavam responsáveis pela gestão da atividade, contando para tanto com apoiadores, muitos dos quais aceitavam movimentar o dinheiro oriundo da traficância, em transações que, apesar de pulverizadas, alcançavam considerável valor financeiro.

Os líderes ostentavam alto poder aquisitivo e costumavam transitar em veículos de luxo. 

Por sua vez, os “gerentes” participavam da negociação da droga (aquisição e venda) e até do transporte, sendo próximos dos líderes, que acabavam muitas vezes não tendo contato direto com a substância entorpecente.

Já os “batedores e transportadores” serviam para efetivar o transporte do entorpecente (como regra, maconha), tanto dentro como fora de Mato Grosso do Sul. Por fim, os “guarda-roupas” atuavam como armazenadores da droga na cidade de Campo Grande, até que saísse com destino a outros estados da Federação.

A operação Traquetos é voltada ao cumprimento de 18 mandados de prisão preventiva (2 alvos já estão custodiados no regime prisional fechado de Mato Grosso do Sul), além de 26  mandados de busca e apreensão, nos municípios de Anastásio, Campo Grande, Corumbá e Coxim.

Equipes do Batalhão de Operações Especiais – BOPE, do Batalhão de Choque da Polícia Militar e da Gerência de Inteligência Penitenciária - GISP prestaram apoio operacional ao GAECO.

O nome da operação faz alusão à “cultura traqueta”, que é composta por hábitos, termos e símbolos que foram criados nos primeiros anos dos cartéis de drogas de Medellín e Cali. Destaque-se que, na Colômbia, os narcotraficantes à moda antiga são conhecidos como “traquetos”.