Gabriel Medina e Mineirinho estreiam com vitória, e Toledo perde na França
Gabriel Medina estreou com vitória na França e segue firme rumo ao tricampeonato em Hossegor / Foto: Divulgação/WSL

Bicampeão nas ondas de Hossegor, na França, onde conquistou a sua primeira vitória na elite do surfe, Gabriel Medina voltou ao pico para defender o título e tentar tirar a lycra amarela de líder do havaiano John John Florence. Após dois dias de adiamentos, o paulista de São Sebastião finalmente estreou no beach break e avançou diretamente à terceira fase. O Brasil tem 10 representantes na nona de 11 etapas do Circuito Mundial de 2016 e levou a melhor com cinco surfistas. Adriano de Souza, o Mineirinho, Caio Ibelli, Miguel Pupo e Italo Ferreira venceram os seus rivais no recomeço da primeira fase e também se classificaram. Outra grande esperança do país, Filipe Toledo bem que tentou, mas foi superado por Davey Cathels e terá de lutar pela sobrevivência na repescagem (segunda fase), ao lado de  Alejo Muniz, Alex Ribeiro, Wiggolly Dantas e Jadson André, que segurou a lanterna da disputa vencida pelo australiano Kat Otton.

 

Depois de dois dias de lay day em virtude das condições do mar e o vento forte que atingiu a costa de Landes, no sudoeste francês, a etapa de Hossegor teve reinício com a terceira bateria - Nat Young e Keanu Asing haviam levado a melhor nas duas únicas baterias disputadas na última terça-feira. Otton dominava a batalha até ser superado por Jordy Smith, que alcançou 8.83 e parecia se encaminhar para a vitória. Quase no fim, o australiano conseguiu uma nota 6.67 e liquidou a fatura, somando 11.84. Jadson fechou a trinca, obtendo 7.03 no total.

O sul-africano, top 4 do mundo, vem de uma vitória em Trestles, nos Estados Unidos, e é um dos candidatos ao título desta temporada, ao lado de John John, Medina e Matt Wilkinson, o Wilko. Florence é o único que depende apenas de si mesmo para continuar na ponta, basta ser campeão, vice ou terceiro colocado em Hossegor. O havaiano venceu na primeira fase o americano Conner Coffin e o local Joan Duru, convidado.

Na sequência, Miguel Pupo fez o serviço contra o australiano Matt Wilkinson e o italiano Leonardo Fioravanti. O acirrado duelo terminou com o triunfo do paulista, que somou 8.57 e jogou Wilkinson 8.24) e Fioravanti (8.14) para as eliminatórias.

Davey Cathels impede vitória de Filipinho

Davey Cathels começou a disputa logo mostrando a Filipe Toledo o seu arsenal de manobras. Apostou em movimentos fortes e também decolou em alguns aéreos, mostrando que também é capaz de levar perigo pelos ares. Mais agressivo, o australiano assumiu a liderança no início e foi só administrando o resultado. O paulista de Ubatuba teve um início sonolento e demorou a despertar. Mas o aerealista jamais pode ser subestimado, afinal, já provou inúmeras vezes que não precisa de espaço e nem tamanho para ganhar poder e velocidade.

Em uma onda pequena e sem potencial para a maioria, ele acelerou, encaixou manobras fortes e de borda, jogando muita água para o alto, tirando 5.97. Parecia que era o momento de deslanchar. Mas foi Davey quem encontrou a melhor onda e ganhou 6.43 para chegar a 13.60 pontos. Filipe precisava de 7.63 para virar, uma tarefa totalmente possível. O mar, no entanto, não cooperou com o paulista de Ubatuba, radicado em San Clemente, Califórnia, e não conseguiu dar a resposta que queria ao adversário, fechando a disputa com 8.80. Josh Kerr (7.83) segurou a lanterna e foi à repescagem, assim como o brasileiro.

Medina dá passo importante em Hossegor

Dos tempos em que era um adolescente de 15 anos, no King of Groms de 2009, passando pela estreia na elite com vitória, em 2011, quando tornou-se o mais jovem surfista a vencer no CT, aos 17, até o ano passado, quando voltou a vencer no pico, Medina continua absoluto. Conhece como poucos o caminho das pedras no beach break na quinta bateria do round 1 contra o australiano Ryan Callinan e o havaiano Dusty Payne. O local de Maresias se manteve ocupado na disputa e não se deixou levar pela pressão quando ficou atrás do placar. No fim, arrancou a virada e avançou para a terceira rodada com 13.44 no somatório. Callinan ficou com 12.10, e Payne, que pegou apenas duas ondas, fechou a raia, com 10.40.

O oitavo confronto colocou frente à frente três brasileiros: Italo Ferreira, Wiggolly Dantas e Alex Ribeiro. Somando 12.46, com direito a um 8.33 determinante com um surfe poderoso de borda, Italo garantiu sua classificação. Alex (9.74) e Wiggolly (8.53) decidem os seus destinos na prova eliminatória e, caso percam, dão adeus à briga pela coroa em Hossegor. Na bateria seguinte, Caio Ibelli, que frequenta o pico desde o início da carreira, provou o seu conhecimento ao vencer uma pedreira na estreia. O paulista do Guarujá foi constante e somou 13.36 para passar pelo australiano Julian Wilson (12.76) e Alejo Muniz (9.74), nascido em Mar del Plata, na Argentina e criado em Bombinhas, no litoral catarinense. No ano passado, Alejo sofreu uma lesão no beach break, foi submetido a uma cirurgia e ficou cinco meses fora de combate.

Mineirinho estreia com vitória na França

No país onde os brasileiros tiveram mais sucesso no exterior pelo Circuito Mundial, o Brazilian Storm voltou a provar o seu domínio. Quem fechou as disputas com chave de ouro foi Adriano de Souza. O melhor surfista da temporada passada não tomou conhecimento dos rivais na primeira fase e não foi ameaçado em um momento sequer. Com notas 7.27 e 6.73, o paulista do Guarujá somou 14.00 pontos em uma contundente vitória sobre o taitiano Michel Bourez (7.90) e o aussie Adam Melling (8.97). Mineirinho foi o quinto do Brasil a avançar diretamente à terceira fase.

Depois da etapa francesa, restam apenas duas paradas no Tour: Peniche, em Portugal, de 18 a 29 de outubro, e o Pipeline Masters, no Havaí, de 8 a 20 de dezembro.