O programa está baseado em três pilares principais: a ponte verde, o manejo de pragas vetoras das doenças e o manejo varietal (utilização de híbridos mais tolerantes à enfezamentos e viroses).

Fundação MS inicia programa de enfrentamento à viroses e enfezamentos em Mato Grosso do Sul
/ Foto: Fundação MS

Nas últimas safras os pesquisadores da Fundação MS detectaram em áreas do Mato Grosso do Sul, alguns sinais de enfezamentos transmitidos pela cigarrinha Dalbulus maidis.

Segundo o pesquisador de Fitotecnia Milho da Fundação MS, André Lourenção, a ocorrência do complexo de enfezamentos no estado é um alerta para os produtores rurais, pois é característico dessas doenças as interações entre ambientes, híbridos e vetores, causando danos expressivos às lavouras.

Apesar de haver informações em outros Estados sobre essas doenças, considerando suas complexidades e suas interações com o ambiente, torna-se importante a realização de trabalhos de pesquisa focados no sistema de produção sul-mato-grossense.

Sendo assim, o PREVINE (Projeto de Enfrentamento à Viroses e Enfezamentos) foi criado com o intuito de trazer informações que ajudem o produtor rural de Mato Grosso do Sul a tomar decisões mais assertivas quanto ao manejo dos vetores e das doenças.

O programa está baseado em três pilares principais: a ponte verde, o manejo de pragas vetoras das doenças e o manejo varietal (utilização de híbridos mais tolerantes à enfezamentos e viroses).

Para execução, um grupo de trabalho definiu suas principais etapas:

A primeira etapa visa obter já no milho Safra, um mapa com focos de doenças em Mato Grosso do Sul. Essa fase conta com o apoio da Aprosoja/MS, onde técnicos da instituição parceira, já estão coletando amostras de folhas de milho em todo Estado, que posteriormente serão processadas pela Fundação MS e encaminhadas para análise laboratorial.

A segunda etapa consiste no monitoramento de áreas com o cultivo de soja e plantas voluntárias de milho, onde há também coletas de amostras de folhas para análise laboratorial.

Para flutuação populacional das pragas/vetores, compondo a terceira etapa do programa foram distribuídas armadilhas adesivas em áreas de monitoramento. A troca dessas armadilhas é realizada em um período quinzenal, onde é feita a contagem do número de vetores capturados.

A quarta e quinta etapas do programa se fundem em manejo varietal de híbridos e manejo de pragas. A intenção é montar ensaios onde serão analisados os materiais mais e menos tolerantes, o impacto das doenças nesses materiais e quais produtos desempenham melhor eficácia no manejo efetivo desses vetores. Essas etapas finais do programa já se encontram disponíveis para parceria com empresas públicas e privadas.

Segundo Lourenção, a expectativa final do trabalho é obter um mapa de doenças no Mato Grosso do Sul (pré-safrinha), o índice de flutuação da cigarrinha, entendimento sobre a ponte verde (milho safra e/ou milho tiguera), saber quais são os melhores produtos para controle químico e biológico, entender a incidência de enfezamentos e viroses em Mato Grosso do Sul, analisar quais são os híbridos mais e menos tolerantes e o impacto de enfezamentos e viroses em híbridos.

Após o término do programa a Fundação MS e instituições parceiras irão realizar um workshop para apresentar os resultados obtidos e assim garantir que o produtor rural sul-mato-grossense continue obtendo altas produtividades e haja uma ação preventiva no que diz respeito à esse complexo de doenças.