O fogo, salvo raríssimas exceções, é resultado de uma ação humana.

‘Fogo é o elemento principal para limpar a área, depois da ação do desmate’

O fogo, salvo raríssimas exceções, é resultado de uma ação humana. Alguém ateou fogo em alguma coisa, intencionalmente ou por acidente. O fato de haver um volume gigantesco de focos de incêndio na Amazônia e no Pantanal neste ano, porém, envolve uma série de fatores que colaboram para os números recordes da tragédia.

Paulo Moutinho, doutor em ecologia e cientista sênior do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), explica que, na maioria dos casos, os incêndios ocorrem em áreas abertas de pastagens e nas que são desmatadas em períodos das chuvas, seja para roubo de madeira ou para expansão de terras para pasto, plantio ou mineração. Nas matas fechadas, derruba-se a madeira durante os meses de chuva, entre novembro e abril, para depois queimar esse material no período chuvoso, entre maio e outubro. “A expansão dessas queimadas depende da combinação de fatores como um ano muito seco, somado a um ano com forte desmatamento, como acontece hoje. O fogo é o elemento principal para limpar a área, depois da ação do desmate”, diz Moutinho