Uma das crianças disse que a mãe estava com o adolescente no quarto da casa.

Filhos de vizinha que matou adolescente ouviram barulho de tiro dentro de casa
Uma das crianças disse que a mãe estava com o adolescente no quarto da casa. / Foto: Geovanni Gomes/TopMídiaNews/Redes Sociais

Os filhos de Elianete Ramona Monteiro, 44 anos, presa por matar Wandré de Castro Ferreira, 17 anos, disseram para a Polícia Militar que ouviram o barulho do tiro. 

O menino de 14 anos disse que a mãe estava no quarto cm Wandré, no bairro Jardim Canguru, em Campo Grande.

Ele disse que após o disparo, foi até o quarto e viu o que tinha acontecido.

Elianete alegou que o tiro foi acidental. 

Os filhos da mulher, um menino de 14 anos, uma menina de 12 anos, outra de 10 anos e uma menor deficiente de 25 anos estavam em outro cômodo da casa. 

Ela teve a prisão preventiva decretada e foi levada para o presídio, em Campo Grande.

Durante depoimento, Elianete disse que pode estar gestante.

O juiz Jorge Tadashi Kuramoto pediu atenção da Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário), diante das necessidades médicas que a detenta venha a necessitar. 

“Recomende-se à Agepen especial atenção sobre as necessidades médicas, farmacêuticas e/ou psicossociais informadas neste ato, em atenção aos arts. 41 e42, LEP”, diz a decisão.

Velha conhecida da polícia

Para decretar a prisão preventiva, que não tem prazo para acabar, o magistrado reforçou a existência de passado criminal de Elianete (leia sobre aqui). 

“Verifica-se, in casu, pelas condições do delito, em especial pela natureza do crime, praticado com emprego de grave ameaça e violência à pessoa, aliado ao registro dos antecedentes, sendo inclusive reincidente, com duas outras condenações anteriores pelo crime de tráfico de entorpecentes, esclarecendo que, em que pese os argumentos da defensa quanto a existência de filhos menores e portador de deficiência, tenho que tal argumento não deve prosperar, haja vista que o fato da autuada estar na posse de arma de fogo, revela a periculosidade para os menores”, anotou o juiz.

Ela tem nos antecedentes criminais passagem por tráfico de drogas, quando foi presa em flagrante em 2015 (leia mais aqui). Também há anotações por roubo (2007), quando acabou absolvida dois anos depois; há condenação novamente por tráfico de drogas, em processo iniciado em 2009. 

Quando menor de idade, ainda respondeu pelo ato infracional análogo a sequestro e cárcere privado. Não havia mandado de prisão em aberto contra Elianete.

O magistrado ainda pede uma melhor investigação sobre se o crime foi culposo ou não: “Ademais, no tocante ao crime de homicídio culposo, deverá ser melhor averiguado, visto que do que de denota dos autos, o adolescente teria ido à residência da conduzida para pegar a arma de fogo que estaria de sua posse. Assim, ante a ausência da comprovação de trabalho lícito e residência fixa, de modo que infiro não ser recomendável a concessão de medidas cautelares mais brandas, sendo que entendo não ser recomendável a concessão de liberdade provisória”, finaliza o juiz.