Acusado é julgado em júri popular nesta sexta-feira (2). Ele responde por homicídio qualificado.

Sentada de frente para o motorista que causou a morte dos pais dela, após acidente de trânsito ocorrido há pouco mais de um ano, na região central de Campo Grande, a gerente de recursos humanos Flavia de Souza Cruz, de 37 anos, desabafa:
“Acabou com meu mundo. Eles [vítimas] eram tudo pra mim. Meu pai estava a 30 km por hora, ele era muito responsável no trânsito. A gente não considera acidente e sim um crime porque ele estava na contramão e bêbado”, disse, muito emocionada, durante o julgamento do acusado.
A filha mais velha do casal, Fernanda de Souza Cruz, ressaltou o quanto os pais eram “batalhadores”. “Eles ajudaram muita gente. A casa deles era um local onde tudo mundo se sentia acolhido. Minha mãe acordava de madrugada, trabalhava passando roupa em 9 casas enquanto meu pai era pedreiro. Ele fazia muitos bicos e ela também complementava a renda vendendo lingerie, entre outras coisas”, afirmou.
Morando atualmente em Dourados, na região sul do estado, Fernanda conta que trabalhava em um hospital e visitava os pais nas folgas. “Eu não ficava um dia sem falar com eles”, lamentou.
O casal, ainda segundo Fernanda, estava prestes a comemorar 43 anos de casados e, ao todo, tinham 55 anos de convivência. “Mas, não teve”, comentou.
Acusação
O réu, na época com 27 anos, está preso desde o dia do acidente: 15 de junho de 2018. Ele responde por homicídio qualificado por motivo fútil, meio cruel e recurso que dificultou a defesa das vítimas.
Para o Ministério Público Estadual (MPE), o crime teria ocorrido com as qualificadoras de motivo torpe, perigo comum e recurso que dificultou a defesa das vítimas. Já a defesa sustenta que não está provada a condição de crime doloso contra a vida, e sim homicídio culposo, quando não há a intenção de matar.
Acidente
O réu estava sozinho no automóvel dele, entrou na contramão e bateu no carro das vítimas, que morreram no local.
O acusado ficou ferido e foi levado para a Santa Casa. Ele disse que estava na casa da namorada e lá ingeriu bebida alcoólica, ainda conforme a polícia.
Ele se negou a realizar o teste do bafômetro, no entanto os policiais então constataram que ele estava consciente e orientado, porém com "forte odor etílico, fala arrastada e olhos avermelhados". Houve então a constatação do termo de embriaguez e a prisão em flagrante. Ele já tinha sido flagrado em situação semelhante anteriormente.
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