Santa Casa ignora os questionamentos do jornal.
Mortes recentes de mães e recém-nascidos devastaram a vida de famílias em Corumbá. Moradores denunciam que a Santa Casa virou um ‘’matadouro de anjinhos’ por não ter UTI neonatal.
Um dos casos ocorreu na madrugada 13 de fevereiro, quando da morte da jovem Liz Silva e do pequeno dela.
A mãe da vítima contou que a filha estava gestante de sete meses e se internou na Maternidade da Santa Casa. A jovem operou o apêndice na unidade e teve complicações como embolia e pneumonia, segundo os médicos.
Ainda segundo a denunciante, ainda há dúvidas sobre se a filha morreu pela cirurgia da cesárea ou das complicações das doenças anteriores. Mas ela crê que se houvesse UTI neonatal na unidade, o neto teria sobrevivido.
O pai de Liz gravou um depoimento emocionado. No desabafo ele denuncia que, em razão da falta da incubadora, colocaram ''caninhos'' no nariz do netinho, mas ele não sobreviveu.
''Minha filha entrou feliz, com saúde e saiu de lá [maternidade] no caixão. Estou doído, não sei como estou conseguindo falar'', disse o pai da vítima.
''Chega de morrer criança, chega de morrer gente inocente. Até quando prefeito o senhor vai deixar as pessoas morrerem'', apelou o pai na gravação.
Mais morte
Familiares de uma gestante adolescente, de 17 anos, denunciam descaso profundo da equipe médica da Maternidade da Santa Casa de Corumbá. O bebê Luiz Lorenzo morreu durante cirurgia de emergência e a suspeita é que a falta da incubadora tenha causado a morte dele.
A sogra da menor, trouxe o MS Diário, conta que a adolescente teve complicações e permaneceu no hospital após perder o bebê. Glaucilene Coimbra, 41 anos, diz ter acompanhado todos os passos na nora na maternidade e reafirma descaso e falta de equipamentos.
Após sofrer de sangramento, a garota procurou a maternidade, mas a médica plantonista disse que não estava na hora. A jovem foi medicada e liberada. Entre idas e vindas à unidade, a sogra disse ter sugerido fazer uma cesárea, já que a paciente tinha feito o mesmo procedimento na primeira gravidez, mas a médica teria dito que ''nenhuma gestação é igual a outra''.
''Ela disse que por ser prematuro, aqui nós não temos UTI para bebês. Então disse que iria fazer de tudo para segurar o bebê, senão teria que ter o bebê em Campo Grande'', contou Coimbra sobre a médica plantonista.
Ainda segundo o site, a jovem teve piora e uma segunda profissional de saúde surgiu. Ela fez a análise e viu que o caso era grave. Uma cirurgia de emergência foi convocada, mas o bebê, que era saudável e pesava 3,250 Kg morreu.
Glaucilene lembrou do fato que o anestesista demorou uma hora para chegar e a paciente urrou de dor ao ser aberta porque a anestesia não pegou totalmente.
O TopMídiaNews procurou a maternidade por várias vezes. O presidente da Junta Inteventora do hospital, Milton Carlos de Melo, o ''Miltinho'', disse que traria resposta sobre quando viria uma UTI neonatal, mas não respondeu mais. O espaço está aberto.
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