Família luta pela sobrevivência de bebê com alergia alimentar rara
Enzo completou 01 ano em março e luta para sobreviver. / Foto: Reprodução Facebook

Uma família de Campo Grande luta na Justiça para conseguir alimentação a um bebê com múltiplas alergias e que só pode consumir um aminoácido que custa R$ 3.600 por mês. O pequeno Enzo Gabriel, que completou seu primeiro ano no dia 03 de março, sofre de grave alergia alimentar e a doença, de causa ainda não determinada, já atingiu o sistema respiratório, vascular, neurológico e digestivo – a criança está com quadro de atrofia cerebral.

A mãe, a técnica de enfermagem Francini Souza, de 29 anos, explica que hoje a alimentação, à base do leite especial Neocate, importado da Inglaterra, é toda fruto de doação, já que a família tenta assegurar na Justiça o fornecimento pelo poder público.

O advogado da família, Bernardo Gurvitz, conta que no ano passado foi deferida uma liminar mas, na ocasião, a solicitação era para o Neocate LCT ou similar, que acabou sendo vetada após uma avaliação médica, no Rio de Janeiro, com o médico Aderbal Sabrá, referência nacional em tratamento de alergias alimentares.

A viagem também só foi possível graças à solidariedade de pessoas próximas, que ratearam os custos. “Ingressei uma nova manifestação requerendo a retificação da liminar e acredito que em breve ela já poderá retirar o Neocate”. Cada lata custa R$ 210,00 e dura, em média, dois dias.
Francini conta que os problemas de alergia já se manifestaram logo no nascimento, Enzo chegou a mamar no peito por dois meses e foram sucessivas internações até descobrir a alergia alimentar.

Embora seja a situação mais iminente, a alimentação não é o único desafio para a família, que precisa identificar a causa da alergia, o que vai determinar o tratamento mais assertivo, além da necessidade de tratamento para a atrofia cerebral, essencial para que o quadro não se agrave. “Só o exame exoma, que permite uma pesquisa genética entre oito mil síndromes, custa R$ 11,5 mil”. Enquanto batalha pela saúde do filho, a mãe revela que todo cuidado ainda é pouco diante da enorme sensibilidade da criança.

“Há duas semanas ele precisou ficar internado porque reagiu ao cheiro do churrasco, teve distenção abdominal, problemas de respiração e até sangue nas fezes”, relata a mãe.
Uma cada três pessoas têm algum tipo de alergia, de acordo com ASBAI (Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia), uma condição que pode causar desde incômodo até levar à morte, dependendo do grau da intolerância.