Cachorrinha morreu após ser submetida a uma castração

Falso médico veterinário denunciado após morte de cadela é investigado por corrupção e falsificação
Cachorrinha morreu após ser submetida a uma castração / Foto:  (Reprodução, Freepik)

O falso médico veterinário denunciado após a morte de uma cachorrinha de 10 meses, após a realização de uma castração, é investigado por corrupção e falsificação.

O caso está sendo investigado pela Decat (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Ambientais e de Atendimento ao Turista), e conforme informações da Polícia Civil, o homem é suspeito de falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais, na delegacia de Sidrolândia, em 2019.

A cachorrinha morreu no dia 8 de junho, cerca de 12 dias depois de passar pela cirurgia. A tutora contou ao Midiamax que entregou sua cachorrinha no fim de maio ao suposto médico veterinário para uma castração, que custou R$ 200.

Castração que acabou em morte
O suposto médico teria lhe entregado o animal sedado, com as pernas paralisadas e apresentando sangramento. Diante das complicações no decorrer dos dias, a tutora resolveu levar a cadela a uma clínica veterinária, onde ela ficou internada por mais de dez dias e não resistiu.Já na clínica, quando a tutora relatou o ocorrido, foi orientada a buscar mais informações sobre o suposto médico veterinário.

“Quando eu trouxe ela para a casa, ela começou a se sentir muito mal. E eu ligava para ele, falava que ia levar em uma clínica e ele dizia que não era para eu fazer isso, talvez por ele ter medo de descobrirem. Eu dizia que minha cadela ia morrer e ele falava: ‘não, isso é normal’. Até que num domingo pela manhã eu corri com minha cachorrinha para outra clínica, onde atenderam ela”, explicou à reportagem.

Dias depois, a tutora foi em uma célula na casa de uma amiga e quando conversou sobre a morte de sua cachorrinha descobriu que o suposto médico teria feito mais vítimas.

“Eu frequento uma célula na casa de uma amiga e contando o caso, ela falou que conhece um homem do mesmo nome, que se dizia veterinário, mas não era e que, inclusive, foi preso em Sidrolândia e em Campo Grande. Ele ia às casas para atender os bichinhos. Em um dos casos, ele atendeu um gato e um cachorro, que faleceram. Quando mostrei a foto, ela o reconheceu”, relatou.

Exercício ilegal de profissão e maus-tratos
Logo, a mulher decidiu ir até a Decon (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo) e registrou boletim de ocorrência por exercício ilegal de profissão e maus-tratos, se ocorre morte do animal. Na delegacia, ela conta que descobriu que o suposto médico veterinário não tinha clínica.

“Ele não tem clínica e não dava o endereço para onde levava esses animais. Ele dizia que a clínica onde levava os animais, a veterinária era chata, então não podia nos fornecer o endereço. Ele vinha buscar em casa e, na delegacia, fui informada que ele levava para a casa dele”, disse, indignada.

Durante o registro, a mulher contou ao Jornal Midiamax que descobriu que o suposto médico veterinário já havia sido preso anteriormente, ocasião em que pagou fiança e foi liberado.

A cadela da vítima ficou mais de dez dias internada na clínica veterinária, onde sofreu diversas complicações e não resistiu aos ferimentos. De acordo com o relatório de internação, o animal sofreu uma intoxicação medicamentosa.

“Paciente castrado há 5 dias em outra clínica, corrimento sanguinolento em lesão cirúrgica, vomitando e anorexia”, diz o documento.

O caso foi encaminhado para investigação na Decat (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Ambientais e de Atendimento ao Turista).