Ela havia sido presa em flagrante no dia 26 de junho. Segundo a polícia, ela cobrava de R$ 4 mil até R$ 30 mil para "facilitar" o suposto ingresso nas carreiras de sargento e oficiais temporários.

Falsa sargento do Exército é solta, coloca tornozeleira eletrônica e fica proibida de sair de casa à noite
Mulher fingia ser sargento do Exército para aplicar golpes em MS / Foto: Polícia Civil/Divulgação

Está em liberdade, mas com medidas cautelares, a mulher que se passava por sargento do Exército Brasileiro e enganava diversas pessoas em Campo Grande.

"Não consta dos autos quaisquer indicações de que ela poderá voltar a cometer novos delitos, possa vir a empreender fuga desta comarca ou atrapalhar a produção de provas e a instrução do processo", consta na decisão do juiz Roberto Ferreira Filho, da 1ª Vara Criminal.

A decisão, de 4 de julho, atende a pedido da defesa de Alzira, que argumentou que não estão mais presentes os fundamentos jurídicos da manutenção da prisão preventiva, como garantia da ordem pública; que a mulher é réu primária, tem endereço fixo e ocupação lícita.

Como condição para a soltura, o magistrado determinou que Alzira seja monitorada eletronicamente, com o uso de tornozeleira. Ela também está proibida de ficar fora de casa entre às 20h e 6h, de segunda à sexta-feira, e durante as 24 horas de domingos e feriados.

De acordo com a decisão, a falsa sargento também não pode mudar de endereço sem prévia comunicação ao juiz e terá que comparecer a todos os autos do processo, sempre que intimada. Caso ela descumpra alguma das medidas, poderá ter a prisão novamente decretada.
 
"Justifico a necessidade dessas condições, por ora, como forma de mantê-la vinculada ao juízo, como meio de saber a respeito de seu endereço e de suas atividades e, também, com meio de se "evitar" que ela volte a delinquir", consta na decisão.

Golpes
 
Segundo a polícia, Alzira cobrava de R$ 4 mil até R$ 30 mil para "facilitar" o suposto ingresso nas carreiras de sargento e oficiais temporários. Após três meses de investigação, os policiais apuraram que ela até esteve em eventos políticos, nos quais chegou a ser recebida por um candidato a governador e até "prestavam continência para ela".

Ainda conforme a polícia, ao menos 15 pessoas teriam sido vítimas de Alzira, que passou a ser investigada após denúncias. Com ela foram apreendidos botons, coturnos e diversas fardas do Exército.

Com o dinheiro arrecadado nos supostos golpes, a polícia aponta que Alzira fez uma festa para a filha e também viajou para praia.

Uma das vítimas teria sido a filha de Alzira, de 22 anos. Em uma hora de depoimento à polícia, a jovem contou que já desconfiava da mãe e que acredita que ela "torrava dinheiro com coisas de mulheres".