Raquel, o marido e o técnico que foi ao apartamento para fazer a impermeabilização do sofá ficaram feridos. O irmão de Raquel, Mateus, morreu ao ser arremessado pela explosão.

Explosão em apartamento:
Mateus, de 11 anos, morreu depois da explosão; Raquel e Gabriel estão internados em hospital de Curitiba com queimaduras / Foto: Reprodução/Facebook

O bombeiro Marcos Rogério Bezerra, que resgatou Raquel Lamb, uma das vítimas da explosão no apartamento no bairro Água Verde, em Curitiba, disse que ela só perguntava pelo irmão Mateus, de 11 anos. Ele morreu ao ser arremessado do apartamento com a explosão.

"Eu dei a mão pra ela e ela mesma levantou e veio na minha direção. O soldado da PM Maykon Roquejani pegou ela no colo e aí nós fomos descendo com ela pela escada. Ela perguntava muito pelo irmão. Nós respondemos que ele estava sendo atendido", contou o bombeiro.

O incidente ocorreu no sábado (29), e o apartamento fica no 6º andar do prédio. O apartamento ficou totalmente destruído. A principal suspeita do Corpo de Bombeiros é que produtos inflamáveis usados na impermeabilização do sofá do apartamento tenha causado a explosão.

A polícia realizou uma perícia para identificar as causas da explosão,que deve ficar pronta em até 30 dias.

Além de Raquel, que teve 55% do corpo queimado e está na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Universitário Evangélico Mackenzie, também ficaram feridos: o marido dela - Gabriel Araújo, que teve 30% do corpo atingido pelo fogo, e Caio Santos, que é o técnico que foi até o local para fazer a impermeabilização do sofá. Ele teve 65% do corpo queimado e também está na UTI.

O bombeiro Marcos Rogério Bezerra disse ainda que Raquel foi lançada para a área de serviço do apartamento com a explosão.

Depoimentos sobre a empresa de impermeabilização
 
Um dos donos da empresa Impeseg, que foi contratada pra fazer um serviço de impermeabilização no sofá do apartamento, José Roberto Porto Correa, disse, em depoimento à polícia, que ele mesmo preparava os produtos que eram usados pra fazer o serviço.

José Roberto Correa declarou que assim que chegava na empresa, ele mesmo entrava em uma sala, fechava a porta, misturava rapidamente os produtos e colocava uma etiqueta com a logo da empresa.

Argumentou ainda que a empresa tem só uma máquina de impermeabilização, sendo que a manutenção foi feita há pouco tempo.

O empresário também disse que o treinamento dado a Caio e aos demais funcionários da empresa era de que o produto era inflamável e perigoso. E que os clientes também deveriam ser avisados disso.

A orientação aos clientes, segundo ele, era para que saíssem do cômodo onde era feita a aplicação, abrissem portas e janelas, e que jamais acendessem nenhum tipo de fogo ou faísca.

A esposa de José Roberto, Bruna Lima Porto Correa, que também é dona da empresa, disse que foi o marido quem deu o treinamento sobre como fazer a impermeabilização para Caio.

Heverton da Costa Skau, que é supervisor da Impeseg e foi contratado há poucas semanas, foi ouvido como testemunha de defesa. Ele afirmou que não havia nenhum treinamento dado pela empresa sobre o manuseio de produtos de impermeabilização.