Caso ocorreu em Miranda; denunciante aponta nomes dos favorecidos com a suposta trama

Ex-presidente da Câmara dos Vereadores de cidade de MS é investigado por pagar obra sem licitação e por mais de uma vez
Caso ocorreu em Miranda; denunciante aponta nomes dos favorecidos com a suposta trama / Foto: Midiamax

A pedido da Ouvidoria do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), a promotora de Justiça Talita Zaccolaro Papa Muritiba abriu investigação para apurar um suposto escândalo financeiro envolvendo o ex-presidente da Câmara dos Vereadores de Miranda, André Vedovato, do PDT, que estaria implicado num esquema fraudulento que abarcava no pagamento de obra tocada no prédio do legislativo municipal.

A denúncia entrou na Ouvidoria em dezembro passado, fim do mandato de Vedovato.

De acordo com o denunciante, no “apagar das luzes”, o então presidente da Câmara teria pagado “altos valores” aos empreiteiros que teriam tocado a obra, que seria o novo plenário dos vereadores.

“Ora, doutora promotora, como podemos observar junto ao prédio da Câmara Municipal praticamente não existe obra edificada e já foi pago elevados valores de dinheiro às empresas contratadas. Inclusive já foi feito até aditivo de contrato aumentando o valor inicialmente contratado. Ainda foi feita dispensa de licitação, conforme documento publicado no Diário Oficial. Por isso pedimos que o Ministério Público fiscalize o dinheiro público gasto pela Câmara, em especial o contrato em questão”, sustentou o anônimo na denúcia agora apurada pelo MPMS.

Aditivo de contrato, conhecido também de termo aditivo, é um documento que modifica, complementa ou, então, corrige um contrato já em vigor. Serve para formalizar alterações, acréscimos ou supressões de cláusulas, sem a necessidade de criar um novo contrato do zero.

Pelo que disse o denunciante, a empreiteira teria sido contratada sem concorrência, uma falha administrativa grave e ainda é levantada a suspeita acerca do novo plenário, se foi mesmo construído. E a conta pela construção já poderia ter sido quitada.

Na denúncia, é anexado cópias do Diário Oficial indicando que a obra não foi licitada e ainda aparecem nomes dos empreiteiros que teriam recebido dinheiro pela obra. Nomes como Almir Vieira Neves, micro empresa, Vagner Pereira Cintra, da Substancional Engenharia e Representações Ltda, teriam recebidos no fim do ano passado em torno de R$ 220 mil.

A promotora Talita encaminhou ao atual presidente da Câmara, Michel Roger Freddi, do PSDB, um comunicado pedindo detalhes da obra. Pelo requerimento, ela dá dez dias de prazo para a resposta.

O Midiamax tentou conversar com os envolvidos na tarde desta quinta-feira (26), mas não conseguiu. O espaço segue aberto para manifestações.

O ex-presidente da Câmara, André Vedovato, é filho do ex-prefeito da cidade, Neder Vedovato que, em 2021, foi afastado por suposta irregularidade administrativa. André foi presidente da Câmara por duas vezes.