Cenário de chuvas e fiscalização reduz devastação em 2025; preocupação persiste em áreas de conservação

O estado de Mato Grosso teve uma redução drástica de 71% na área atingida por queimadas em 2025, segundo dados analisados pelo Instituto Centro de Vida (ICV) com base na plataforma Amazon Fire Dashboard da NASA.
Os resultados demonstram que até o dia 31 de agosto, o estado registrou 859,5 mil hectares queimados, um número significativamente menor que os mais de 3 milhões de hectares devastados no mesmo período de 2024.
Segundo Vinicius Silgueiro, do ICV, a queda é resultado de uma combinação de fatores. As condições climáticas favoráveis, com temperaturas mais amenas e maior volume de chuvas, foram cruciais para umidificar o solo e a vegetação.
Além disso, o aumento da fiscalização e o reforço das políticas de combate ao desmatamento também contribuíram para o controle do fogo, que é frequentemente usado após a derrubada da mata nativa.
Mudança de cenário
Diferente de 2024, quando o Pantanal foi o bioma mais afetado, em 2025 as maiores áreas queimadas estão na Amazônia (457,2 mil hectares) e no Cerrado (396,4 mil hectares). A maior parte dos incêndios (59%) ocorreu após o início do período proibitivo do uso do fogo.
O município de Colniza foi o mais devastado, com 68,5 mil hectares queimados, seguido por Campinápolis e Paranatinga. Juntas, as seis cidades mais afetadas representam mais de 30% da área queimada no estado.
Alerta para áreas protegidas
Apesar da redução geral, os incêndios em Unidades de Conservação (UCs) e Terras Indígenas (TIs) continuam a ser uma grande preocupação. Ao todo, 262,3 mil hectares foram atingidos nessas áreas, levantando o alerta para o risco de perda de biodiversidade e os impactos nas comunidades locais. Em Colniza, por exemplo, a Estação Ecológica do Rio Roosevelt e a Reserva Extrativista Guariba Roosevelt foram severamente atingidas.
Na Amazônia Legal como um todo, a tendência de queda se repetiu, com uma redução de 64% na área queimada em relação a 2024. Mato Grosso, Tocantins e Maranhão respondem por mais de 63% das áreas devastadas na região.
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