Estrada integra região isolada do Pantanal e fortalece setor produtivo

“Com a chegada da cheia no Nabileque, tiramos o gado pelo cascalho, sem perdas, graças a estrada aberta pelo governo”, comemora o invernista Antônio Albuquerque dos Santos, 75, pantaneiro tradicional da subregião do Pantanal que se estende por Miranda, Corumbá e Porto Murtinho. O Governo do Estado abriu 29 km da MS-243, superando trechos de inundação e brejo, para atender a produção pecuária local.

A MS-243 se estendia por 89 km da BR-262 (Guaicurus, em Miranda) até a Fazenda Jatobá, na beira do Rio Nabileque, em Corumbá, e as grandes fazendas de criação de boi gordo localizados entre este ponto e o Rio Paraguai tinham dificuldades para escoar a produção por falta de acesso. O boi saia a pé e na cheia do Pantanal centenas morriam carregados pela correnteza, como se recorda o ex-peão Antônio Albuquerque, dono da Fazenda Capim Gordura.

“Eu conheço o Nabileque desde 1959, quando ocorreu a maior cheia. A gente nunca teve estrada, era a maior dificuldade, um isolamento incompreensível para uma região de alta produção. O gado nadava uma semana para chegar na ponte do Nabileque, onde era embarcado, e os prejuízos eram enormes com a morte de animais pelo caminho”, afirma o pecuarista.

Obras em licitação

Por determinação do governador Reinaldo Azambuja, a Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos) implantou 29 km de estrada com a ajuda dos fazendeiros, que assumiram os custos do serviço de aterro. A Agesul executou a parte de revestimento primário (cascalhamento) e se prepara para investir R$ 2,8 milhões com a construção de três pontes de concreto e cinco boeiros e drenagem, obras que serão licitadas no prazo de 30 dias.

A chegada da MS-243 em trechos intransitáveis do Nabileque gerou uma nova expectativa econômica na região e, além de reduzir custos, os pantaneiros estimam o aumento da produção bovina a partir deste ano. “É a estrada do nosso sonho”, sintetiza Antônio Albuquerque, lembrando que os governos anteriores também prometeram o acesso e não cumpriram. “O Reinaldo foi parceiro e estamos todos de parabéns”, avaliza.

Também criador, Rodrigo Ceni (Fazenda São Sebastião), destaca o compromisso do Governo do Estado com o setor produtivo e, em especial, com o pantaneiro. “Não tínhamos mais esperança no prolongamento da estrada, parecia algo impossível, mas o governador Reinaldo Azambuja foi sensível e entendeu nosso drama”, diz ele. “Hoje temos uma estrada ótima, pontes reformadas; antigamente, nem burro passava; agora, carro trafega a 80 km por hora.”

Os fazendeiros contabilizam a saída de 350 mil animais de áreas inundáveis nos últimos meses, com a chegada da cheia, sem perdas, fator que refletirá na rentabilidade da atividade extensiva no Pantanal. “O gado agora caminha no cascalho e a estrada está ótima”, afirma o invernista Antônio Albuquerque, um entusiasta do que chama de nova era para a pecuária do Nabileque. “Essa obra do governo é uma benção, ganhamos uma loteria!”, enfatiza.

Rota da produção

A manutenção do trecho antigo e a abertura de 29 km da MS-243 integram o pacote de investimentos do Governo do Estado em infraestrutura, com a implantação, pavimentação e cascalhamento de estradas de acesso aos principais destinos de turismo e também aos centros de criação de gado no Pantanal. A meta do governo é criar uma rota rodoviária estadual de 1.000 km, integrando dez municípios das regiões Norte, Oeste e Sul.

Para o governador Reinaldo Azambuja, o Estado cumpre seu papel de garantir o desenvolvimento do agronegócio e do turismo ao implantar novas alternativas logísticas, propiciando melhor acesso principalmente em regiões isoladas, como o Pantanal. Os investimentos vão atender a uma rota ecológica de 630 km. “Estamos viabilizando um corredor em potencial e, com isso, também gerando emprego e renda”, afirma.