Saúde informa que neste ano foram repassados ao hospital R$ 10,5 milhões.

Estado regulariza repasses à Santa Casa, que não paga médicos
Cirurgias eletivas estão sendo prejudicadas pela falta de pagamento de médicos. / Foto: Santa Casa / Arquivo / Divulgação

Em meio à suspensão de cirurgias eletivas e alguns outros procedimentos especializados, por falta de pagamento a médicos prestadores de serviço, a Santa Casa já recebeu, somente neste ano, R$ 10,5 milhões em repasses da Secretaria Estadual de Saúde (SES). Segundo o secretário de Saúde, Geraldo Resende, as contrapartidas do Estado ao estabelecimento hospitalar encontram-se em dia, de janeiro até esta semana.

De acordo com Resende, no caso da Santa Casa de Campo Grande, os pagamentos são feitos diretamente para o Fundo Municipal de Saúde, que, por sua vez, os repassa para a Associação Beneficente de Campo Grande (ABCG), em razão de o município ter a gestão plena do Sistema Único de Saúde (SUS). 

“Conforme as pactuações feitas entre a Santa Casa, o município, o Estado e a União, estamos com a nossa parcela de responsabilidade em dia e esperamos que a instituição [hospital] possa prestar a sua contrapartida, oferecendo serviços de qualidade à população, dentro do papel de grande importância que esta ocupa na saúde pública de nossa capital e de Mato Grosso do Sul”, destacou o secretário. 

No início do mês, um grupo de cirurgiões de diversas especialidades, entre elas cirurgia geral, videolaparoscopia, oncologia, gastro e aparelho digestivo, anunciou  a suspensão das atividades ambulatoriais (consultas) e cirurgias eletivas a partir do dia 5 deste mês. O acompanhamento de pacientes também estaria interrompido. A medida, informada ao Ministério Público, é por conta dos constantes atrasos nos pagamentos de honorários e serviços prestados, além da falta de regulamentação contratual dos especialistas e de aumento reiterado da carga de trabalho. A situação estaria inviabilizando a prestação adequada do serviço “com remuneração justa”. 

A tendência é de que o problema se agrave, pois no mesmo aviso os médicos alertaram que, caso a situação não seja resolvida, as atividades do serviço de cirurgia geral, bem como a participação na residência médica da especialidade, serão encerradas a partir do dia 5 de maio.

Ontem, profissionais voltaram a afirmar que ainda não receberam os repasses em atraso. Os médicos frisaram também que vão manter a paralisação e continuarão atendendo apenas casos de urgência e emergência.

DINHEIRO

Segundo o secretário de Estado de Saúde, Geraldo Resende, de janeiro deste ano até esta semana, foram repassados R$ 10.578.689,69 para a instituição.

O esforço do governo em atualizar os repasses para a Santa Casa de Campo Grande faz parte da estratégia que engloba unidades hospitalares de todo o Estado, visando oferecer todas as condições para que essas instituições possam normalizar os serviços prestados à população, pagando também em dia salários de médicos, enfermeiros e outros profissionais da saúde.

“Estamos fazendo todo o possível para colaborar com as unidades hospitalares de Mato Grosso do Sul, a fim de que possam diminuir as filas de procedimentos como consultas, cirurgias e exames. Nosso desafio, por determinação do governador Reinaldo Azambuja, é propiciar saúde de qualidade aos moradores de todas as regiões do Estado”, salientou o secretário.