Em Dourados, especialista alerta para áreas propensas a alagamentos e a necessidade de investimento em medidas preventivas.

Especialista aponta locais de risco de alagamentos em Dourados e município diz manter monitoramento
Defesa afirmou que está trabalhando áreas que demandam maior atenção por parte do poder público. / Foto: Divulgação

Os recentes eventos climáticos extremos, como as enchentes no Rio Grande do Sul, ressaltam a importância da prevenção e preparação para desastres naturais em comunidades vulneráveis. Em Dourados, especialista alerta para áreas propensas a alagamentos e a necessidade de investimento em medidas preventivas.

O Dourados News conversou com o professor Antonio Idêrlian, geógrafo e pesquisador da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados), com experiência na Defesa Civil, que destacou a vulnerabilidade de regiões como Campo Dourado e Jardim Santa Felicidade. Suas pesquisas também apontam áreas críticas, como Vila Matos, Jardim Pantanal, bairro João Paulo II, Sitioca Campina Verde, Guarujá e Vila Cachoeirinha.

Segundo Idêrlian, que faz pesquisas nessa área desde 2019, fatores como a topografia acidentada, sistemas de drenagem inadequados e acúmulo de entulhos contribuem para alagamentos recorrentes, mesmo sem volumes significativos de chuva. 

“Penso que o momento é de atenção para todos os municípios, existe um baixo investimento em prevenção, em estudos aplicados. Se você se recordar, recentemente tivemos o ‘vendaval’ em Dourados. Temos alagamentos periódicos no Jardim Pantanal. Temos enchentes recorrentes”, destacou. 

Ele alerta que estamos vivendo uma dinâmica climática desconfigurada. "Cada vez mais novas ocorrências que não é possível se prever estão acontecendo e adaptabilidade e preparação para enfrentar problemas ficam mais difíceis", acrescenta.

 "As mudanças climáticas estão tão avançadas que os eventos normais tendem a ficar cada vez mais extremos, estamos vivendo calor em excesso, frio em excesso, houve uma mudança e não temos mais estações definidas", explica o pesquisador.

O Plano Municipal de Contingência de Proteção e Defesa Civil alerta para 381 casas e 1.498 moradores em áreas de risco.

No entanto, Idêrlian sugere em sua monografia intitulada ‘Cartografia das ações da defesa civil decorrentes de eventos climáticos em Dourados’, que esse número possa ser maior devido a subnotificações, atribuindo parte do problema à falta de pessoal na Defesa Civil. Confira o estudo completo aqui.

O Dourados News entrou em contato com a Defesa Civil de Dourados que afirmou monitorar e acompanhar áreas suscetíveis a desastres.

Em nota, eles citaram que os trabalhos recentes de melhorias na capacidade de drenagem na região da Escola Municipal Franklin Azambuja, Jardim São Francisco e Jardim Pantanal, visando evitar transtornos à população.