Morador da casa nega participação no tráfico e diz que recebia carros apenas para lavagem externa.

Entreposto ao lado do posto da PRF era usado há dois anos por "Goianos"

A casa usada como entreposto por traficantes em Anhanduí, distrito de Campo Grande, atendia aos “Goianos” do tráfico há pelo menos dois anos, segundo depoimento de um dos presos, que nega envolvimento no crime, mas admitiu receber carros do grupo para lavagem externa.

No flagrante ocorrido na terça (10), ação conjunta entre Denar (Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico) e PRF (Polícia Rodoviária Federal), apreendeu 1,2 tonelada da droga na casa em Anhanduí. Os três detidos com idades entre 21 e 22 anos, passaram por audiência de custódia e tiveram a prisão em flagrante convertida em preventiva.

De acordo com o chefe da Delegacia da PRF em Campo Grande, João Paulo Pinheiro Bueno, a equipe recebeu informações de que dois carros estariam vindo da fronteira, carregados com drogas e que parariam no entreposto. Na investigação, os policiais chegaram até o endereço na região central do distrito. No boletim de ocorrência, consta que, da rua, os policiais sentiram forte odor de maconha, vindo da residência.

Nos carros, WVR e VW Space Fox, os policiais encontraram os pacotes de maconha colocados na parte de trás, onde estaria o banco de passageiro. No total, foram encontrados 1.258.600 quilos, divididos em 1.442 tabletes.

No local, foi preso o estudante Saymon Juan Bossani Miralles de Oliveira, 21 anos. Em depoimento, ele disse mora na casa com os avós há 20 anos e negou qualquer envolvimento com o narcotráfico.

O rapaz disse que os veículos foram recebidos pelos avós e não soube como foi a conversa com os homens. Diz que eles apenas lavam o carro do lado de fora e não olham o que tem dentro, mesmo que as chaves fiquem na casa.

À polícia, contou que há dois anos ele e os avós prestam esse serviço, recebendo de R$ 50 a R$ 100 por carro lavado. Diz que a chegada dos veículos era avisada pelo dono da pousada da localidade e que várias vezes eram de pessoas do estado de Goiás, mas, também, outras localidades. Porém, não soube identificar ninguém, pois se referia a todos como “Goianos”.