Eles denunciam falta de transparência e atraso rotineiro nos pagamentos para hospital acumular juros.

Enfermeiros da Santa Casa denunciam atraso de pagamento retroativos, mesmo com repasse da prefeitura
Repasse da prefeitura ao hospital ocorreu no dia 11 de setembro, segundo Diário Oficial / Foto: André de Abreu

Enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem da Santa Casa de Campo Grande estão enfrentando atrasos no pagamento dos salários retroativos, mesmo após a Prefeitura ter realizado o repasse dos valores ao hospital. Eles denunciam que valor de agosto não foi repassado aos profissionais.

Segundo os profissionais, a prefeitura repassou o valor, no entanto, o dinheiro não foi repassado aos enfermeiros e técnicos de enfermagem, mesmo com lei exigindo que repasse ocorra em até dois dias.

No dia 11 de setembro, por meio de edição extra do Diário Oficial, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) informou o repasse de R$ 1.908.123,33, valor referente ao piso de agosto dos enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem da Santa Casa. Além da Santa Casa, outras 10 instituições de saúde receberam o repasse.

 
No entanto, conforme os funcionários da Santa Casa, os colegas que trabalham nas outras instituições já receberam. Eles denunciam falta de transparência e atraso rotineiro nos pagamentos. Segundo eles, a Santa Casa tem costume de deixar dinheiro na conta para acumular juros.

"Eu como uma profissional da saúde me sinto enganada e desvalorizada, pois a prefeitura publica, afirmando que pagou o retroativo e o hospital nega ter recebido. Geralmente o hospital recebe e ficam mentindo que não receberam para ficar com o dinheiro no caixa e acumular juros.  Normalmente o hospital fica uma semana com o dinheiro nosso para depois pagar e nisso acumula juros. Isso acontece todo mês. Eu penso que jamais a prefeitura iria publicar no Diário Oficial e não iria repassar o dinheiro", conta uma enfermeira.

Indignados, os profissionais contam que buscaram o sindicato para resolver a questão, porém nunca recebem uma resposta satisfatória e o problema da falta de pagamentos continua ocorrendo. "Precisamos de ajuda, porque, se dependermos do nosso sindicato, ficamos sem solução", conta outra enfermeira.

O hospital foi questionado pela reportagem, mas ainda não se pronunciou sobre o caso.