Cleiton Nonato Correia estava preso desde o dia 5 de junho

Empreiteiro preso com Claudinho Serra ganha liberdade de ministro do STJ
Cleiton Nonato Correia estava preso desde o dia 5 de junho / Foto: Gaeco encontrou caderno com nome de Sérgio de Paula durante cumprimento de mandados na Operação Tromper. (Reprodução)

O empreiteiro Cleiton Nonato Correia, da GC Obras de Pavimentação Asfáltica (CNPJ 16.907.526/0001-90), teve pedido de liberdade concedido pelo ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça), Messod Azulay Neto, o mesmo que também mandou soltar Claudinho Serra e Carmo Name Júnior.

Os três foram presos pelo Gaeco na 4ª fase da Operação Tromper, que revelou esquema de corrupção chefiado por Serra, com fraude a licitações e vencedores pagando uma espécie de ‘mesada’ ao político, que ocupava cargo de secretário de finanças de Sidrolândia na época.

Assim, nesta nova etapa das investigações, eles e outras 11 pessoas já se tornaram réus por crimes como corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.


 

O grupo do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) descobriu que o esquema de corrupção continuou mesmo após as fases anteriores. Assim, Claudinho voltou para a cadeia pouco mais de um ano após a primeira prisão, em abril de 2024, na 3ª fase da Tromper.

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Caderno apreendido pelo Gaeco na GC Obras
Tratado como pupilo no PSDB, à época, Claudinho Serra, apontado pelo Gaeco como líder do esquema criminoso, também foi chefe de gabinete de Sérgio de Paula na Casa Civil do Governo de MS.

Sérgio de Paula, ex-presidente do PSDB-MS, com Claudinho Serra: ex-chefe de gabinete na Casa Civil (Reprodução Assessoria de Imprensa/ claudinhoserra.com.br )
No entanto, Sérgio de Paula não consta como investigado na Tromper.

O nome ‘Claudinho’ também está na página de um dos cadernos, mas não fica claro se diz respeito ao vereador. Na frente do nome, aparece o valor ‘500.000,00′.

Já o nome de Sérgio aparece em uma página que trata de documentos para obras em Aquidauana e Sidrolândia, além de valores. O Jornal Midiamax fez contato com o secretário para saber que tipo de vínculos ele teria com os investigados e por que acha que seu nome está no material apreendido.

Em resposta, na época, a defesa de Sérgio de Paula encaminhou uma nota em que nega os fatos mencionados, mas se coloca à disposição das autoridades para esclarecimentos.

O nome de Sérgio de Paula é um dos mais cotados para a próxima vaga de indicação política para conselheiro do TCE-MS (Tribunal de Contas do Estado), sempre que o tema é levantado.

A próxima vaga, inclusive, será liberada ainda este ano, já que o conselheiro Jerson Domingos se aposenta em novembro, quando completa 75 anos.

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Operação Tromper
Claudinho Serra é apontado como ‘chefe’ da corrupção em Sidrolândia. (Arquivo, Jornal Midiamax [principal e detalhe])
Com as primeiras fases, a investigação identificou a organização criminosa voltada para fraudes em licitações e contratos administrativos com a Prefeitura de Sidrolândia.

O MPMS aponta, na denúncia, que o grupo criminoso agia para fraudar e direcionar licitações em Sidrolândia, favorecendo-se.

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Com isso, desviava valores desses contratos para os investigados. Claudinho, então secretário de Fazenda do município, seria mentor e teria cooptado outros servidores. Assim, o ex-vereador e outros dois alvos de mandados de prisão foram presos.

A 4ª fase da operação mirou mais de 20 pessoas ligadas à administração pública. A ação da 3ª Promotoria de Justiça de Sidrolândia, do Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção) e do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) cumpriu três mandados de prisão e 29 de busca e apreensão.

Aliás, a nova investida das autoridades contra o esquema de corrupção chefiado por Serra atingiu diretamente o núcleo familiar do político. O pai, Cláudio Jordão de Almeida Serra, e a esposa de Claudinho, Mariana Camilo de Almeida Serra — filha da ex-prefeita de Sidrolândia Vanda Camilo —, foram indiciados.

Veja abaixo todos os réus na 4ª fase da Tromper:
Claudio Jordão de Almeida Serra Filho (preso) – apontado como o chefe do esquema;
Claudio Jordão de Almeida Serra – pai de Claudinho;
Mariana Camilo de Almeida Serra – esposa de Claudinho;
Carmo Name Júnior (preso) – assessor de Claudinho;
Jhorrara Souza dos Santos Name – esposa de Carmo Name;
Cleiton Nonato Correia (preso) – empreiteiro, dono da GC Obras;
Thiago Rodrigues Alves – intermediário de propinas entre as empreiteiras GC/AR e grupo de Claudinho;
Jéssica Barbosa Lemes – esposa de Thiago;
Valdemir Santos Monção (Nanau) – ex-assessor parlamentar;
Sandra Rui Jacques – empresária e esposa de Nanau;
Edmilson Rosa – empresário;
Ueverton da Sila Macedo (Frescura) – empresário;
Juliana Paula da Silva – esposa de Ueverton;
Rafael de Paula da Silva – cunhado de Ueverton.