Oficialmente, a greve acaba hoje e, a partir de amanhã, os professores convocam paralisação.

Em greve há 7 dias, professores aguardam por reunião com a prefeita amanhã
Oficialmente, a greve acaba hoje e, a partir de amanhã, os professores convocam paralisação. / Foto: Naiara Camargo

Na manhã desta quinta-feira (8), em greve há 7 dias, professores da Rede Municipal de Ensino (Reme) estiveram na Câmara Municipal de Campo Grande pedindo por reunião com a prefeita Adriane Lopes. 

O presidente Sindicato Campo-Grandense dos Profissionais da Educação Pública (ACP-MS), professor Lucilio Nobre, informou ao Correio do Estado que haverá reunião nesta sexta-feira (9), mas ainda sem horário definido. 

Ainda ontem (7), os profissionais decidiram por manter a greve até esta quinta-feira (08). 

Segundo a ACP, ao longo da manhã de ontem, os educadores e educadoras avaliaram o movimento grevista nesses seis dias e, após analisar a decisão do desembargador Sérgio Fernandes Martins pelo fim imediato da greve, sob pena de multa diária de 50 mil reais, decidiram encerrá-la. 

Desse modo, a partir de amanhã eles devem convocar paralisação e realizar nova assembleia, a qual conseguiram que seja marcada para amanhã mesmo. 

Presente na Câmara nesta manhã, Weld Carlos, professor concursado de educação física da rede municipal, destacou que a ação de hoje foi realizada exatamente para pressionar a prefeita em função de uma assembleia.

“Desde sexta-feira estamos fazendo atos. A Prefeita não falou conosco até hoje, não emite nenhuma nota, ela simplesmente ignora. Anteriormente, em junho, logo quando ela assumiu, ela disse que ia cumprir com tudo o que foi combinado”, enfatizou. 

“Eu tenho sentimento de desrespeito, falta de comprometimento, desonestidade. Porque a questão é a organização. Se sabia que tinha uma lei para cumprir a partir de novembro, tinha que ter organizado. O salário tá em dia. O salário cai sempre no quinto dia útil. Quando o Marquinhos estava no governo era do mesmo jeito, também só enrolou a gente nesses 4 anos. Sempre a mesma história”, finalizou o professor indignado. 
Relembre  
A prefeitura tinha até o dia 30 de novembro para realizar o pagamento do reajuste aos professores.

O presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Campo Grande (Sisem), vereador Marcos Tabosa (PDT), explica que a luta pelo reajuste é antiga, em andamento desde a gestão do então prefeito, Marquinhos Trad, sendo responsabilidade da atual prefeita, Adriane Lopes, que era sua vice. 

A ACP-MS, que está à frente da paralisação dos professores, exige a aplicação do reajuste de 10,39% referente ao mês de novembro de 2022. 

A correção está prevista na Lei Municipal n. 6.796/2022 referente ao regime de 20h da Reme. O documento enviado pela prefeitura contempla apenas a correção do mês de dezembro em 4,7891%, também previsto na Lei do Piso 20h.

O presidente da ACP, professor Lucilio Nobre, explica que é importante ressaltar que as tratativas do sindicato com o município se arrastam desde 2014.

Além disso, Lucilio destaca que a Lei de Responsabilidade Fiscal é sempre usada como justificativa para o não cumprimento da lei do Piso 20h, algo que provoca grande indignação na categoria, pela desvalorização e falta de reconhecimento. 

"Isso demonstra a falta de compromisso do Executivo Municipal em cumprir com as legislações em vigor", disse o presidente da ACP.