
Em greve pelo segundo dia, servidores administrativos da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) fizeram protesto na tarde desta terça-feira (25) na praça Antônio João. Eles promoveram o "jantar contra a PEC" e o cardápio era "saúde e educação".
A encenação do jantar, em alusão a dois jantares oferecidos pelo presidente Temer aos deputados federais para conseguir apoio à aprovação da PEC 241, a PEC dos gastos públicos, reuniu dezenas de servidores da universidades e estudantes. Com faixas e cartazes, eles também se concentraram nos semáforos da avenida Marcelino Pires, em frente a praça.
Pelo menos 25% da categoria está de braços cruzados. A instituição tem cerca de mil profissionais técnicos e parte deles atuam no Hospital Universitário (HU).
Os estudantes da UFGD estão no período de férias letivas e só voltam às aulas na quinta-feira da semana que vem, dia 3. Eles retornam à universidade com boa parte dos serviços funcionando parcialmente, como empréstimo de livros na biblioteca, utilização de laboratórios e secretaria acadêmica - boa parte dos alunos ainda não fez a rematrícula e encontrará dificuldade.
No HU, segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação das Instituições Federais (Sintef), Cleiton Almeida, o serviço funciona normalmente, no entanto, a categoria do administrativo - também inclui a enfermagem - já prepara uma escala de greve e, com isso, os serviços serão reduzidos para novas internações. Cerca de 30% dos servidores do HU são cedidos pela UFGD. O restante é concursado pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares - (Ebserrh), responsável pela gestão da unidade.
A paralisação dos técnicos administrativos, por tempo indeterminado, é uma resposta a PEC 241, dessa forma, classificam a greve como diferenciada, já que está sendo feito uma reivindicação política e a pauta tem pouca relação com a reposição salarial ou benefício específico à categoria. Cleiton explica, no entanto, que os profissionais também reivindicam acordos não cumpridos pelo governo federal no ano passado.
Com a volta às aulas na semana que vem, a categoria dos professores pode se reunir para discutir a possibilidade de aderir a greve. Como geralmente os técnicos são quem puxam a fila da paralisação, se os docentes aderirem ao movimento, o ano letivo na universidade se comprometerá ainda mais. No ano passado a paralisação durou cerca de quatro meses.
PEC
Tida como prioridade pelo governo Temer, a PEC já foi aprovada pela Câmara dos Deputados em primeiro turno e até o final da noite desta terça-feira conclui a votação no segundo turno. A medida também irá para o Senado e também passará por duas votações.
Se aprovada, e tudo indica que passará pelas duas casas, a PEC garantiria que o governo federal cessasse a realização de novos concursos públicos, bem como de reajuste do funcionalismo público, alteração de estrutura de carreira ou criação de cargos que impliquem aumento de despesa. Esse ponto é tido como crucial pelo funcionalismo público, que se manifesta em todo o país.
Apesar da medida se aplicar apenas ao poder público no âmbito federal, a aprovação poderia surtir o efeito cascata de governadores criarem legislação semelhante. Segundo centrais sindicais, a população poderá ser prejudicada, pois os serviços públicos devem ser ser sucateados.
Olá, deixe seu comentário!Logar-se!