No período, 12 novos casos graves foram para UTI e restam apenas 28 vagas em leitos críticos.

Em 48h, taxa de ocupação de leitos UTI sobe 8% e deixa saúde à beira do colapso em MS

O avanço nos casos graves de Covid-19 refletem no aumento de internações pela doença em Mato Grosso do Sul. Somente nas últimas 48h, a taxa de ocupação de leitos UTI (Unidade de Terapia Intensiva) subiu 8% e chegou a 91% no Estado. Maior número da pandemia.

Conforme os dados da SES (Secretaria Estadual de Saúde), no dia 1º de março, havia 258 pacientes graves internados dos 298 leitos existentes em MS. O número subiu para 270 dois dias depois. Assim, restam 28 vagas disponíveis.

O pior cenário é verificado na macrorregião de Dourados, onde a taxa de ocupação é de 93%. Em Campo Grande, o índice alcançou 93%, conforme  a SES. Em Três Lagoas, a ocupação está em 80% e 66% em Corumbá.

O secretário estadual de saúde, Geraldo Resende, disse ao Jornal Midiamax que a situação dos leitos em UTIs é crítica. “Não temos médicos e fisioterapeutas no mercado. Há também o abandono de médicos em escala de plantões, um cenário de deserção. Esse é o quadro hoje e não temos como expandir [o número de leitos]”, declarou.

Outro fator de preocupação da SES é a circulação da variante do coronavírus, que já tem um caso confirmado  no Estado, em Corumbá. Isso porque a nova cepa tem maior poder de transmissão, o que justifica o aumento no número dos casos neste período.

Restrições necessárias
O secretário cobrou dos municípios o cumprimento das medidas propostas pelo programa Proseguir, que classifica as cidades por bandeira, conforme o risco de contaminação para a doença.

“Se estiverem seguindo [o Prosseguir] é uma contribuição muito forte para evitar o colapso. Já os municípios que não seguem, estão expondo a população em risco”, pontuou.

Para Resende, as cidades que não seguem a recomendação do programa Proseguir, estarão contribuindo para o colapso na saúde. “Os municípios que estão com bandeiramento [alto grau de contaminação] devem restringir muitas das atividades chamadas não essenciais. Precisam fazer isso sob pena de não termos leito para ninguém”, disse.

Já está em análise a possibilidade de MS adotar medidas mais incisivas para barrar aglomerações e circulação de pessoas. “Temos em vista várias ações que podem ser feitas com nosso aparato de segurança”, declarou.