De 1985 a 2022, biomas perderam 87,5 milhões de hectares, a maioria para atividade agropecuária.

Em 37 anos, Cerrado registra maior índice de perda de florestas naturais
Levantamento realizado pelo MapBiomas registrou perda de florestas naturais no Cerrado. / Foto: Arquivo

De 1985 a 2022, o Brasil perdeu 15% das florestas naturais, passando de 581,6 milhões de hectares para 494,1 milhões de hectares. O Cerrado foi o bioma que registrou a maior perda nesse período, 27%, seguido da Amazônia, 13%. Os dados fazem parte dos de publicação do Mapeamento Anual da Cobertura e Uso da Terra no Brasil realizado pelo MapBiomas.

Do total das florestas naturais, cerca de 75 milhões de hectares estavam em propriedades privadas. A maior parte da conversão de florestas naturais no Brasil, 95%, foi para a agropecuária, ou seja, após o desmatamento a área foi convertida para pastagens ou cultivo agrícola. A partir de 2006, foi observada redução na área desmatada.

O mapeamento de florestas naturais abrange tipos diversos de cobertura arbórea: formações florestais, savanas, florestas alagáveis, mangue e restinga. Juntos, esses ecossistemas ocupam 58% do território nacional. Quando todos eles são considerados, Amazônia (78%) e Caatinga (54%) são os biomas com maior proporção de florestas naturais em 2022. Os biomas que mais perderam florestas naturais entre 1985 e 2022, por sua vez, foram Amazônia (13%) e Cerrado (27%).

Mais da metade da formação savânica (53%) fica no Cerrado. O restante fica na Caatinga (42%) e demais biomas (5%), com exceção do Pampa. Em 2022, havia 2 milhões de hectares no Pantanal (16% do bioma).

“Em biomas como no Cerrado e na Caatinga, que já perderam parte significativa de sua vegetação nativa, o ritmo do desmatamento das savanas é alarmante, principalmente na região do Matopiba, que ainda apresenta grandes remanescentes deste ecossistema, mas que estão sendo convertidos para a expansão da agropecuária', destaca a pesquisadora da equipe do Cerrado no MapBiomas, Barbara Costa.

O MapBiomas é uma rede colaborativa, formada por ONGs, universidades e empresas de tecnologia, que revela as transformações do território brasileiro, por meio da ciência.