Gaeco prendeu 16 pessoas, incluindo o prefeito afastado, Henrique Budke (PSDB)

Um dia após o pedido de liberdade feita pela empreiteira Nádia Mendonça Lopes, dona da Lopes Construtora e Empreiteira Ltda., a Justiça negou e a manteve atrás das grades. Ela e outras 15 pessoas, incluindo o prefeito (afastado) de Terenos, Henrique Budke (PSDB), estão presas acusadas de desvios de R$ 15 milhões em contratos de obras no município distante 30 km de Campo Grande.
O pedido de liberdade foi analisado pelo mesmo desembargador que decretou a prisão do grupo, Jairo Roberto de Quadros.
Conforme publicado no Diário da Justiça, o magistrado sequer analisou o pedido no mérito. “não conheço do presente expediente”, ou seja, ele entendeu haver algum tipo de equívoco no tipo de pedido feito.
Nádia é esposa de outro empreiteiro, também preso no caso, Genilton da Silva Moreira.
Conforme as investigações, Nádia participava de reuniões com outros empreiteiros para combinar propostas e definir quem seria vencedor de licitações em Terenos.
Inclusive, ela participava junto do marido. Uma das conversas interceptadas pelo Gaeco revelou, por exemplo, que ela apresentaria proposta 1,5% mais baixa que a de uma outra empresa em determinado certame.
Para os investigadores, ela teria participado de forma direta de várias reuniões e teria agido ativamente para fraudar as licitações.
No relatório de investigações, há registros dela tendo acesso a propostas de concorrentes antes do envio de valores, por exemplo.
O prefeito foi preso durante a operação Spotless, junto de um policial militar do Choque, o terceiro-sargento Fábio André Hoffmeister Ramires. Além deles, outras 10 pessoas foram presas: Arnaldo Santiago, Sansão Inácio Rezende, Nadia Mendonça Lopes, Orlei Figueiredo Lopes, Genilton da Silva Moreira, Eduardo Schoier, Fernando Seiji Alves Kurose, Hander Luiz Corrêa Chaves, Sandro José Bortoloto e Valdecir Batista Alves.
PM era sócio oculto de construtora e se reuniu com empreiteiro para fraudar licitações em Terenos
Prefeito de Terenos chefiava esquema de fraude em licitação
Seis dos quatorze presos faziam parte da mesma loja maçônica de Terenos: Genilton, Fábio André, Orlei , Henrique Budke e Hander (Reprodução)
Henrique Budke é apontado como líder da organização criminosa alvo da Operação Spotless, deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) e Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção), nesta terça-feira, 9 de setembro.
A investigação apontou que o grupo liderado por Budke tinha núcleos com atuação bem definida. Servidores públicos fraudaram disputa em licitações, a fim de direcionar o resultado para favorecer empresas.
Os editais foram elaborados sob medida e simulavam competição legítima. Somente no último ano, as fraudes ultrapassaram os R$ 15 milhões.
O esquema ainda pagava propina para agentes públicos que atestavam falsamente o recebimento de produtos e de serviços, bem como aceleravam os processos internos para pagamentos de contratos.
A Operação Spotless foi deflagrada a partir das provas da Operação Velatus, que foi realizada em agosto de 2024. O Gaeco e Gecoc obtiveram autorização da Justiça e confirmaram que Henrique Budke chefiava o esquema de corrupção.
Spotless é uma referência à necessidade de os processos de contratação da administração pública serem realizados sem manchas ou máculas. A operação contou com apoio operacional da PMMS (Polícia Militar de MS), por meio do BPCHq (Batalhão de Choque) e do Bope (Batalhão de Operações Especiais).
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