Dólar dificulta importação de cavalos e privilegia mercado interno

A alta do dólar que estimula a desvalorização da moeda brasileira tem freado as importações de cavalos quarto de milha, raça conhecida por seu desempenho e agilidade em competições. De acordo o especialista no mercado de equinos, Haroldo de Araujo Pessoa Sobrinho (popularmente conhecido como Lylo), quem preza por genética importada deve optar pelos animais que foram trazidos para o Brasil em momento de estabilização da moeda americana e assim garantir um bom negócio. 

Segundo Lylo só as despesas com a importação de um cavalo dos Estados Unidos, por exemplo, chega a US$ 20 mil, equivalente a R$ 64 mil, incluindo despesas com frete, documentação e outros. “O valor é expressivo e por isso criadores que se articulam neste mercado devem ter cautela e privilegiar os animais que já estão em terra brasileira”, afirma. “O empreendedor pode optar pela compra do cavalo ou pelo investimento menos expressivo, a cobertura”, destaca o especialista, referindo-se ao acasalamento do animal. 

Para o especialista Sobrinho o investimento em animais importados que já estão no Brasil além do menor custo, oferece maior segurança no caso da comercialização do sêmen, por exemplo. “Para importar o sêmen de um animal seria necessário o congelamento, o que diminui o índice de prenhez. Investindo em genética importada que já está no Brasil, em época de valorização do dólar, o comprador garante sêmen fresco e maior porcentagem de prenhez ou embriôes viáveis coletados”, alerta Haroldo de Araujo Pessoa Sobrinho. 

Em Mato Grosso do Sul o proprietário do Haras Motta, Antônio Motta, junto com três sócios importou o cavalo Thunder Cat, em meados do mês setembro do ano passado, quando o dólar se aproximava dos R$ 2,35. “O momento era de estabilização da moeda, diferente da atual situação”, assegura. Agora a intenção do produtor rural é comercializar a cobertura por preço justo a fim de democratizar a genética importada. “A venda da cobertura possibilita que outros criadores tenham animais com características e capacidade competitiva semelhantes e por um custo bem inferior ao do animal em destaque”, enfatiza Motta ao garantir que o investimento no cavalo Thunder Cat foi alto devido suas premiações que ultrapassam a casa dos US$ 300 mil. 

Thunder Cat é filho do garanhão High Brow Cat, considerado o melhor reprodutor de trabalho da raça quarto de milha, produtor de aproximadamente 1344 filhos, com ganhos que encostam na casa dos US$ 55 milhões de dólares em premiações. A produção de sua mãe, Desire Some Freckles, já ultrapassa US$ 1 milhão, sendo considerada uma das éguas mais produtoras no cenário americano.

Como estratégia de comercialização da cobertura da genética importada, Antônio Motta, organiza o 3º Leilão Haras Motta, que acontecerá no dia 2 de maio, a partir das 19 horas em Ponta Porã (MS), com a oferta de animais de referência em provas de apartação e genética Quarto de Milha. Mais informações podem ser encontradas em www.harasmotta.com/leilao.