Na safra anterior, o custo com fertilizantes era de aproximadamente 32 sacas por hectare, no atual valor encontrado no mercado o custo deve subir para 45 sacas.

Disparada no preço dos fertilizantes deve diminuir lucro com milho em MS
Lavoura de milho na safra anterior em Mato Grosso do Sul. / Foto: Divulgação

A safra 2ª safra 2021/22 do milho em Mato Grosso do Sul enfrenta desafios com a disparada no preço dos fertilizantes. Além de o dólar continuar supervalorizado frente ao real, a guerra na Ucrânia também tem contribuído para a disparada no preço do insumo, tendo em vista que 20% do produto utilizado no estado vêm da Rússia.

Segundo estimativa do último boletim emitido pela Aprosoja MS, para a atual safra do grão a área de produção estimada é de 1,992 milhão de hectares, com expectativa de produção de 9,34 milhões de toneladas e produtividade de 78,13 sacas por hectare.

Porém, com um aumento de 39% no valor do fertilizante em relação ao ano anterior, o lucro com a produção do milho deve cair drasticamente. Na safra anterior, o custo com fertilizantes era de aproximadamente 32 sacas por hectare, no atual valor encontrado no mercado o custo deve subir para 45 sacas.

Com a projeção de colher em média 78 sacas por hectare, o gasto com fertilizantes deve consumir mais da metade da colheita, inviabilizando a produção. Em entrevista concedida à Folha de SP, o presidente da Aprosoja MS, André Dobash, destacou a necessidade de uma ação do governo para evitar um prejuízo maior aos produtores.

“O estado precisa de alternativas rápidas para tapar o buraco, pois a grande maioria dos produtores rurais ainda não fechou a compra de fertilizantes  para o cultivo da soja no final do ano, em parte devido aos preços, mas também porque já há escassez da oferta”, pontuou.

A preocupação com a oferta de fertilizantes será tema de conversa entre a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, e o presidente da Organização das Nações Unidas na próxima semana.

“Nós estamos trabalhando e vamos ter uma reunião no dia 16 com o presidente da FAO, e com todos os países hemisféricos para ver se nós conseguimos colocar segurança alimentar, que o mundo tanto quer e precisa, colocar os fertilizantes nessa linha, porque você não faz comida se você não tiver fertilizante”, avaliou Tereza durante coletiva em Brasília.