Evander Vendramini (PP) acredita que a retomada da jornada prejudica os trabalhadores de assentamentos, que não terão ônibus para voltar, como no caso de Corumbá.
Os deputados da ALMS (Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul) divergiram nesta terça-feira (12) do decreto do governador Reinaldo Azambuja (PSDB) que retomará a carga de 8 horas diárias de trabalho aos servidores públicos estaduais e sobre o projeto do PDV (Plano de Demissão Voluntária).
Evander Vendramini (PP) acredita que a retomada da jornada prejudica os trabalhadores de assentamentos, que não terão ônibus para voltar, como no caso de Corumbá. “As pessoas vão de manhã resolver as coisas na cidade e não tem motivo para ficar aberto o órgão à tarde. Tem que analisar conforme a demanda, eu acredito”, disse.
Rinaldo Modesto (PSDB) acredita que o PDV é voluntário e uma opção ao servidor. “Cabe ao servidor aderir ou não. Sobre as oito horas, o governo entende que a população como um todo vê a medida com bons olhos. Vai dar agilidade ao atendimento e maior qualidade”.
Pedro Kemp (PT) acredita que o aumento de sies para oito horas será improdutivo. “Não vai gerar economia, pode até aumentar a despesa e pode ser que o aumento dessa carga horária seja pressão para servidor aderir ao Plano de Demissão Voluntária”, opinou.
Marçal Filho (PSDB) afirmou que ainda vai analisar o projeto do PDV, mas que pelo que ouviu falar, outros Estados deveriam usar a proposta como exemplo. “Mato Grosso do Sul não atrasa salários, mas mostra números preocupantes e é natural que sejam feitos ajustes para manter saúde financeira”.
Cabo Almi (PT) acredita que o projeto do PDV é uma desvalorização ao servidor. “Já houve um Plano desses no passado e muito servidor se sentiu forçado a pedir demissão. É uma pressão para o servidor que está com a vida, a rotina organizada em seis horas, não conseguir retomar as oito horas e pedir para sair”.
Líder de Reinaldo na Casa, Barbosinha (DEM) não vê pressão do governo para adesão ao PDV. “Ninguém é obrigado a aderir. Sobre a retomada das oito horas, após as 13h tem muito órgão público onde só ficam uma meia dúzia de funcionários, maioria comissionado. Alguns servidores perderam a referência de que o serviço público é para atender ao público”, criticou.
Projetos
De acordo com a assessoria da gestão de Reinaldo Azambuja, a restituição da jornada normal de trabalho de 40 horas semanais, que é um ato realizado por decreto do Executivo, evitaria gastos desnecessários com concursos e contratações e igualando à carga dos demais trabalhadores brasileiros.
Números divulgados pelo governo estadual mostram que pelo menos 32,5% dos servidores ativos devem ser atingidos pelo aumento de jornada, reduzida para seis horas semanais ainda em 2004.
O governo espera que a medida represente, na prática, melhora na prestação de serviços públicos à população, e alega que esse acréscimo de duas horas diárias de trabalho equivale à contratação de quatro mil funcionários, mas sem resultar em um aumento significativo de gastos.
Já a proposta de PDV se soma a outras medidas, como renegociação da dívida do Estado, definição de teto de gastas, reforma administrativa e da previdência, a fim de manter saúde financeira de Mato Grosso do Sul. Após as conversas com as categorias, o projeto será enviado para apreciação dos 24 deputados estaduais.
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