A saída ocorre após o policial dar tiros em plena avenida Mato Grosso em uma simples briga de trânsito.

Delegado-geral de MS pede exoneração do cargo após tiroteio
Delegado-geral 'entregou o boné'. / Foto: Divulgação PCMS

Adriano Garcia Geraldo não é mais Delegado-Geral de Mato Grosso do Sul. Ele confirmou, em carta oficial, que pediu exoneração do cargo. O documento foi obtido pela reportagem na tarde desta sexta-feira (18).

O agora ex-delegado-geral alegou 'questões de cunho pessoal e familiar', e colocou o cargo à disposição do governador Reinaldo Azambuja (PSDB). O cargo é de comando central da Polícia Civil de MS.

A saída ocorre após o policial dar tiros em plena avenida Mato Grosso em uma simples briga de trânsito.

O caso ocorreu na noite de quarta-feira (16), e o delegado atirou três vezes contra o pneu do carro da moça que mostrou o dedo do meio a ele minutos antes. 

Uma investigação já foi instaurada pela Sejusp (Secretaria de Justiça e Segurança Pública), e é acompanhada pelo Ministério Público Estadual e OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), seccional de Mato Grosso do Sul.

O caso gerou repercussão em todo o Estado, e a população no geral está criticando a atitude do delegado mesmo ele dando a versão que agiu de forma técnica.

O CASO

A confusão que envolveu o delegado-geral da Polícia Civil de MS, Adriano Geraldo, na noite de quarta-feira (16), em Campo Grande, começou quando a motorista, de 24 anos, mostrou o dedo do meio para o agente após receber uma buzinada dele.

Existem duas versões para a situação, a do delegado e da artesã. De acordo com o Boletim de Ocorrência, o delegado contou que seguia pela avenida Mato Grosso, quando foi fechado pelo veículo onde estava a jovem.

Ele disse que buzinou para alertar, momento que a mulher colocou o braço para fora e mostrou o dedo do meio.

A partir daí, o delegado tentou por diversas vezes interceptar o automóvel, mas a motorista continuou fugindo. Após parar próximo de uma farmácia, a motorista quase atropelou o delegado, que efetuou três disparos de arma de fogo contra os pneus do veículo.

Ele diz que a jovem continuou fugindo, até que foi interceptada novamente por Adriano. Policiais Civis e militares estiveram no local e tentaram convencer a mulher, por cerca de 40 minutos, para que ela saísse do carro.

Ela só desceu quando uma amiga chegou e a convenceu. A motorista foi presa por desacato e o caso registrado na Depac Centro.

Na versão da motorista, ela diz que o carro afogou na pista e que ao tentar ligar recebeu a buzinada. Ela afirma que mostrou o dedo e que saiu dirigindo não percebendo que estava sendo seguida pelo delegado. Aliás, ela não sabia que se tratava de um delegado da Polícia Civil. A mulher afirmou que ficou com medo e muito assutada durante a perseguição do policial.