Funcionários devem receber salários atrasados, mas cronograma de pagamentos não foi divulgado.

 Curtume dispensa cerca de 120 funcionários para ‘férias coletivas’ e deixa salários atrasados

Os funcionários da Braz Peli, indústria do ramo do couro em Mato Grosso do Sul, devem passar um fim de ano com bolsos vazios. De acordo com denúncia dos trabalhadores, todos os funcionários foram dispensados há uma semana para supostas férias coletivas. Sem receber o salário de novembro, as férias ou o décimo terceiro, os trabalhadores acreditaram que era uma demissão em massa.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias do Curtimento de Couro e Pele e Artefatos de Couros de Mato Grosso do Sul, Marques Délio da Silva Souza, informou que nenhum funcionário será demitido. “São 120 funcionários, todos estão com estas férias coletivas. Não vai ter ninguém demitido, não vão fechar a empresa”, afirma.

Souza explica que as férias coletivas terminam no dia 3 de janeiro, quando todos os funcionários voltam a trabalhar e com os salários em dia. Ele afirma já há um cronograma criado pela empresa com as datas para os pagamentos dos salários atrasados dos funcionários, porém não divulgou.

“Outra coisa que nós conseguimos revolver foi a cesta básica. Este benefício é recebido todos os meses pelos trabalhadores, mas estava atrasado. Ainda bem, está resolvido, e deve ser paga ainda hoje”, diz o presidente do sindicato.

Depois do desespero com uma possível demissão, os funcionários até estão mais calmos, mas os salários atrasados ainda não foram pagos. “Estão mais calmos, conseguimos fazer com que a empresa cumpra a responsabilidade com os trabalhadores. A empresa está passando por dificuldades e infelizmente o trabalhador passa por esta situação”.

Incentivos Fiscais
A Braz Peli Comércio de Couros Ltda teve os benefícios fiscais estaduais derrubados em fevereiro deste ano após decisão da Justiça. O curtume, de propriedade de José Alberto Berger, tentava na Justiça continuar recebendo os incentivos desde abril do ano passado, quando a Sefaz (Secretaria de Estado de Fazenda) decidiu suspender os benefícios.

Benefícios foram suspensos após denúncia de José Berger, que afirmou ser alvo de extorsão por parte do governo do Estado, que teria pedido propina em troca dos benefícios. Após as denúncias, o governo decidiu suspender os benefícios fiscais da empresa, alegando que foram descobertas irregularidades cometidas pelo curtume, como sonegação fiscal e uso de notas frias.