Crises internas no PL se intensificaram após a prisão de Jair Bolsonaro, expondo disputas entre Michelle, seus filhos e a cúpula partidária.
O impasse sobre apoio a Ciro Gomes no Ceará revelou a luta por palanques e candidaturas ao Senado, ampliando tensões em vários estados rumo a 2026.
Segundo a Folha de S.Paulo, o apoio do PL a Ciro Gomes (atualmente filiado ao PSDB) no Ceará desencadeou uma crise interna no partido e expôs disputas de poder entre a família Bolsonaro e a cúpula partidária. A prisão de Jair Bolsonaro acentuou os atritos, deixando o partido sem uma liderança coesa e abrindo espaço para disputas entre Michelle Bolsonaro, seus filhos e a ala ligada ao centrão.
Na tentativa de conter os conflitos, o Partido Liberal (PL) realizou uma reunião de emergência e decidiu suspender o apoio a Ciro Gomes, além de revisar acordos firmados pelo ex-presidente em outros estados. O objetivo é evitar novos embates públicos como o protagonizado por Michelle e os filhos de Bolsonaro, que se tornaram visíveis após críticas à aproximação com Ciro, adversário histórico do ex-presidente.
De acordo com a apuração, Flávio Bolsonaro reagiu às críticas da madrasta, acusando-a de autoritarismo, mas depois pediu desculpas e defendeu a união do grupo. A disputa, no entanto, tem como pano de fundo a eleição para o Senado, onde Michelle apoia a candidatura de Priscila Costa, enquanto a direção local prefere Alcides Fernandes, revelando divergências sobre os palanques de 2026.
As candidaturas ao Senado são estratégicas para o PL, que busca maioria na Casa para enfrentar o Supremo Tribunal Federal (STF). Embates semelhantes ocorrem em outros estados, como Santa Catarina, onde Carlos Bolsonaro foi indicado para disputar o Senado, gerando conflito com Caroline de Toni e resistência de lideranças locais.
Em Pernambuco, o ex-ministro Gilson Machado foi escolhido por Bolsonaro, mas a prisão do ex-presidente fragilizou sua posição. Anderson Ferreira também disputa a vaga, e Gilson já admite migrar para outro partido, como o Novo, caso não tenha apoio interno. O cenário exige unidade para enfrentar a força do Partido dos Trabalhadores (PT) no estado.
No Rio de Janeiro, Flávio Bolsonaro deve buscar a reeleição, enquanto a segunda vaga é disputada por Cláudio Castro e Carlos Portinho. A popularidade do governador cresceu após uma megaoperação policial, mas ele enfrenta julgamento no TSE que pode resultar em cassação, o que mantém a disputa aberta.
No Distrito Federal, há articulação para que Bia Kicis componhachapa com Michelle Bolsonaro, movimento que isolaria o governador Ibaneis Rocha. Falando à Folha, o cientista político Adriano Oliveira afirmou que as divergências internas do bolsonarismo tendem a se prolongar enquanto Jair Bolsonaro permanecer preso, criando um vazio de liderança e uma disputa pelo espólio eleitoral.











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