Levantamento foi feito pelo instituto Paraná Pesquisas.

CRISE: Desaprovação a Lula aumenta e supera 50% em quatro regiões do país
O presidente Lula e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro: diferença pequena em uma eventual corrida presidencial. / Foto: Ricardo Stuckert/PR – Zack Stencil/PL/Divulgação

A reprovação ao trabalho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em seu terceiro mandato na Presidência da República subiu nos últimos meses, segundo levantamento feito pelo instituto Paraná Pesquisas, e superou a marca de 50% em quatro regiões do país – a única exceção é o Nordeste.

As desaprovações são maiores nas regiões Sul (57,8%), Sudeste (53,0%) e Norte/Centro-Oeste (51,7%). A região Nordeste é a única onde a maioria apoia Lula (59,9%). Na média geral do país, a gestão petista é desaprovada por 48,8% e aprovada por 46,6% dos brasileiros – outros 4,6% não souberam ou não opinaram.

Quando questionados sobre como avaliam a administração do petista, 40,5% dos eleitores a consideram ruim ou péssima (eram 30,7% em agosto de 2023), enquanto 30,9% a veem como ótima ou boa (eram 40% na pesquisa anterior) e 27,5% a classificam como regular (eram 27,9%).

Reeleição

A popularidade em queda, já detectada em levantamentos feitos por outros institutos, como Quaest, Datafolha e Atlasintel, aparenta ter algum impacto na pretensão do petista de obter um quarto mandato.

Segundo o mesmo levantamento feito pelo Paraná Pesquisas, Lula estaria numericamente atrás do ex-presidente Jair Bolsonaro em uma eventual disputa pela Presidência da República em 2026 — ele teria 35,3% contra 37,1% do seu antecessor.

Bolsonaro não poderia enfrentar o petista hoje, porque está inelegível segundo decisões do Tribunal Superior Eleitoral em duas ações que apuram a prática de abuso político pelo então presidente em 2022 — ele recorre contra as condenações no Supremo Tribunal Federal.

Ainda assim, a queda na avaliação de Lula também o deixa em situação complicada em relação a outros adversários do centro à direita, como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), com quem chegaria a empatar em um hipotético segundo turno.

Lula também teria dificuldades até com quem nunca disputou uma eleição na vida, desde que esse candidato tivesse o apoio explícito de Bolsonaro, como é o caso da ex-primeira-dama Michelle, que em um eventual segundo turno ficaria no empate técnico com o petista.

Pesquisa

O levantamento ouviu 2.024 eleitores em 162 municípios de 26 estados e do Distrito Federal entre os dias 18 e 22 de março. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos. Os primeiros números foram divulgados pelo senador Ciro Nogueira, presidente nacional do PP, partido que encomendou o levantamento ao Paraná Pesquisas.