Três crianças de 6, 4 e 1 ano e quatro meses foram abandonadas pelos pais e encontradas sozinhas em um ponto de ônibus no distrito de Anhanduí, na BR-163, em Campo Grande, na noite de sábado (20).

Segundo o boletim de ocorrência, as crianças estavam sujas e molhadas e choravam no momento em que foram encontradas pela Polícia Militar. A mãe de 32 anos e o pai de 21 anos foram presos por abandono de incapaz.

O delegado Camilo Kettenhuber Cavalheiro, que atendeu o caso, disse ao G1 os pais estavam desnorteados e que não havia registro anterior de abandono.

"Formalmente não existe registro anterior de ocorrência de abandono, mas tudo indica que não foi a primeira vez que isso aconteceu", explicou.

O caso aconteceu por volta das 23h (de MS). Segundo a polícia, uma denúncia anônima informou que os irmãos estavam sozinhos e o mais novo chorava de fome. As crianças foram levadas para casa pelos policiais depois que o irmão mais velho, de 6 anos, informou o endereço onde moravam.

O imóvel estava aberto, sem ninguém e sujo, conforme a polícia. Latas de cerveja e bitucas de cigarro estavam espalhadas pela casa, segundo o boletim de ocorrência. Vizinhos do local disseram à polícia que os pais das crianças haviam saído de casa há muito tempo e que teriam deixado os filhos sozinhos. Informaram também que a situação de abandono é frequente.

Depois de alguns minutos, o casal voltou para casa. Segundo a polícia, os dois estavam visivelmente embriagados. Questionados sobre o abandono das crianças, a mulher disse que saiu de casa a procura da mãe, que estava em um bar.

Ainda segundo os policiais, o casal ficou agressivo ao perceber a presença da polícia e o homem chegou a desacatar os agentes. Os pais foram levados para delegacia. Durante o registro da ocorrência, a mãe foi questionada sobre a idade e data de nascimento dos filhos e chegou a afirmar que não lembrava.

As crianças foram recolhidas e entregues ao Conselho Tutelar. O caso de foi registrado na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac) Piratininga como abandono de incapaz, se o agente é ascendente ou descendente, cônjuge, irmão, tutor ou curador da vítima.