Recentemente Dourados já registrou a morte de uma gestante de 33 anos por COVID-19.
As grávidas devem redobrar o cuidado nessa época de pandemia. De acordo com a Dra. Bethania Ribas Manzano, Ginecologista e Obstetra que atende em Dourados, as gestantes fazem parte do grupo de risco na pandemia.
Recentemente Dourados já registrou a morte de uma gestante de 33 anos por COVID-19. A mulher deu entrada no hospital com tosse e testou positivo. Ela deu à luz e logo em seguida morreu. A vítima possuía hipertensão arterial, asma e obesidade grau III.
Em entrevista ao Jornal O PROGRESSO, a médica trouxe orientações sobre pré-natal e amamentação. E alertou ainda que as mães não devem querer adiantar o parto. Confira:
Grávidas são grupo de risco do coronavírus? R: Devido às alterações fisiológicas da gestação, ocorre uma adaptação no sistema imunológico para permitir a sobrevivência do feto, estando mais propensas a outras infecções. Por isso, gestante é grupo de risco e precisam redobrar os cuidados nessa época.
Muitas gestantes com medo da pandemia pensam em adiantar o parto. É correto? R: Acredite, nesse momento, o ventre materno é o lugar de maior proteção para o bebê, e adiantar o parto pode ser uma péssima ideia. Mesmo após 37 semanas de gestação, seu bebê pode ainda estar imaturo para respirar. Em um parto agendado antes de 39 semanas ou antes do inicio do trabalho de parto, o neném pode apresentar taquipnéia transitória e precisar de cuidados intensivos numa UTI neonatal. No cenário atual de COVID19, é muito mais arriscado e ainda contribui para superlotar um serviço extremamente necessário.
O que muda no pré-natal? Elas podem continuar indo nas unidades de saúde ou é arriscado infecção? R: O pré-natal presencial é essencial para rastrear riscos e avaliar bem estar materno-fetal. Por isso, acompanhamentos por telemedicina não são recomendados. Para evitar que a gestante saia de casa e assim fique menos exposta, os retornos estão sendo realizados com maior intervalo, avaliando individualmente cada situação e conforme a idade gestacional. É importante o usar máscaras sempre que precisar sair de casa.
Como tem sido os partos na pandemia? O que mudou? É permitido acompanhante? R: A presença de um acompanhante no trabalho de parto e parto é garantida pela Lei Federal 11.108 de 07/04/2005 e apesar do contexto atípico atual, se for desejo da gestante, cumpra-se a lei. Já em casos de gestantes suspeitas ou positivas, a presença do acompanhante deve ser desestimulada e não realiza o contato pele a pele no parto.
**E as visitas podem ser feitas? ** R: Vivemos um momento atípico e com poucas informações sobre o vírus. Por isso, hospital tem adotado protocolos rigorosos para prevenir a disseminação do vírus. Avaliando riscos x benefícios, em Dourados foi proibido visitas nas enfermarias e presença de fotógrafos no parto.
Há preferencia de algum tipo de parto devido a pandemia? R: A recomendação é o parto seguro. Para isso, o ideal é aguardar o trabalho de parto espontâneo, realizar internação hospitalar na fase ativa e alta precoce. Se o desejo da gestante ou indicação obstétrica for a cesariana, o ideal é agendar após 39 semanas ou, de preferência, se possível, após o início do trabalho de parto. Se a via de parto escolhida for normal, o ideal é só́ realizar internação hospitalar após o início da fase ativa do trabalho de parto, momento onde se torna importante a monitorização fetal.
A amamentação pode ser feita se a mãe testar positivo? R: Até o momento não existe nenhuma evidência de que ocorra transmissão de mãe para o feto por via placentária e pelo leite materno. Tudo indica que a transmissão ocorra por gotículas de vias aéreas. O aleitamento deve ser realizado com uso de máscara e medidas de higiene são importantes para diminuir as chances do contágio do bebê.











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