
O Conselho Institucional de Segurança de Dourados (Coised) expôs a situação de crise das instituições policiais ao secretário estadual de segurança pública do Estado, Silvio Maluf. Ele esteve em Dourados na sexta-feira (15), para participar de reunião com o Conselho na sede da Brigada Guaicurus. IML desativado, falta de policiais, delegados e combustível, além de viaturas quebradas foram alguns dos pontos críticos que, segundo o Coised, merecem atenção emergencial do poder público. O secretário garantiu melhorias em todos os pleitos.
Em relação ao Instituto Médico Legal (IML) de Dourados que apesar de pronto e equipado há 3 anos nunca funcionou, o Coised levantou a necessidade do Estado conseguir agilizar as licenças ambiental e de Vigilância Sanitária para ativar o serviço. Com menos de R$ 10 mil, segundo levantamento do Coised seria possível fazer as adequações exigidas pelos órgãos reguladores para conceder as licenças. Enquanto isso não acontece, todo o trabalho de necropsia são realizados dentro de funerárias particulares, o que dentre outros transtornos como a demora na liberação dos corpos e sepultamentos de cadáveres como indigentes, comprometem os laudos periciais.
Relatório direcionado ao secretário apontou que o déficit na Polícia Civil é de no mínimo 16 investigadores remanescentes do concurso em tramite. Isto ocorre porque na última lotação ocorrida neste mesmo concurso, apenas dois profissionais foram lotados em Dourados. No final do ano passado, dos 270 novos investigadores, nenhum foi designado para Dourados. Dos 9 que chegaram através de remoção, 10 já saíram por questões como transferências e aposentadorias. O Conselho também aponta que a Polícia Civil precisa de reposição de, no mínimo, 5 delegados, baixa sofrida pela instituição apenas nos últimos três meses.
O Coised também apontou defasagem no número de agentes de Polícia Científica, que além de atuarem em suas funções, se dividem em serviços administrativos. Além disso, apontou falta de materiais com reagentes para exames de DNA, toxicológicos e demais exames utilizados nos laudos periciais.
Na PM, o relatório solicita a chamada de, no mínimo 120 remanescentes do concurso de formação de Soldados PM para fins de reposição. Segundo o Coised, do total de soldados em curso de formação, apenas 48 serão lotados para a PM de Dourados, cujo déficit é de 400 policiais. Na Polícia Rodoviária Militar o déficit é de 36 policiais. No Corpo de Bombeiros, a baixa é de 12 oficiais. A corporação também solicita melhorias estruturais.
Por força de contingenciamento no início deste ano, o Coised detectou diminuição na cota da gasolina destinada as forças policiais, o que vem prejudicando o trabalho preventivo e a segurança da população. Outro levantamento aponta que através de interferência política ocorrem remoções de policiais lotados em Dourados sem a devida permuta, o que aumenta ainda mais o déficit de policiais. A adoção de concursos regionalizados também foi sugerido para estimular a permanência do candidato aprovado em Dourados.
No Departamento de Operações de Fronteira (DOF), o Coised verificou a necessidade do início da construção da nova sede visto que está vencendo o prazo do Estado construir em terreno doado pela Prefeitura.
O Conselho também recomenda uma política eficiente de contratação de servidores, acompanhando o crescimento populacional e da criminalidade do município. Outro grave problema de Dourados é a falta de manutenção de viaturas policiais. Segundo o Coised, vários processos gerenciados via on line estão concluídos, mas não tem a liberação do Estado para efetiva restauração das viaturas. Enquanto isso, os veículos estão parados e o atendimento à população acaba prejudicado, segundo o Conselho.
O relatório apontou ainda que nenhuma das forças policiais de Dourados possui caminhão guincho para o recolhimento de veículos envolvidos em atividades ilícitas e regularmente apreendidos, causando dificuldades para policiais quando se deparam com a necessidade de recolher um veículo que porventura esteja danificado ou sem as chaves de ignição. Esta demanda ocorre diariamente e Dourados conta com favores de empresas particulares para poder cumprir seu trabalho.
O supervisor das promotorias criminais, promotor João Linhares Júnior, disse ao O PROGRESSO que considerou produtiva a reunião com o secretário Maluf. Segundo ele, o encontro teve o objetivo de expor a problemática da segurança de Dourados que se arrasta há anos. “O secretário se mostrou muito interessado em resolver as situações de segurança pública. Saímos do encontro com a certeza de que tivemos um diálogo aberto, franco e amistoso e isto nos deixa muito otimistas”, finalizou.
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